sexta-feira, 21 de maio de 2010

HIPÓCRATES



Fábio Coimbra

Embora não se saiba a data precisa de sua existência, estudiosos afirmam que provavelmente ele tenha vivido na transição dos séculos V a.C. a IV a.C. Alguns chegam até mesmo a propor a data da sua existência nos anos 460 a.C. a 370 a.C. Mas não são datas precisas, por isso não se sabe ao certo quando ele nasceu nem quando ele morreu.
Gênio prodigioso e de intelecto enciclopédico, Hipócrates foi o mega inventor da medicina científica grega e da maior obra de caráter científico dos tempos antigos, denominada “corpus hippocraticum”, formado por mais de cinqüenta tratados.
O salto para a medicina científica dado por Hipócrates não se sucedeu de uma hora para outra, numa visão simbológica que representa um curto tempo, mas num espaço de tempo mais amplo. Foi preciso antes assimilar as experiências e pesquisas dos médicos das escolas de medicina que se localizavam nas proximidades dos templos. Esses médicos, mediante suas experiências e pesquisas, chegaram a romper definitivamente com aqueles outros, denominados sacerdotes curadores. Em virtude desse rompimento, eles passaram a ter a sua identidade especifica.
Com base na filosofia da natureza surge a medicina como ciência. No corpus Hippocraticum, Hipócrates utiliza subsídios relevante, tanto para fins de estudos, que visam um maior aprofundamento do seu trabalho, quanto para fins asseverativos da eficiência de sua obra mediante os conhecimentos adquiridos dos fenômenos investigados. Esse é o caso da epilepsia, que na antiguidade era vista como um fenômeno ou um mal que não tem cura. Suas causas não se encontravam na natureza, mas em algo sobrenatural e, portanto, desconhecida. Isso levava os povos da antiguidade a crerem numa intervenção divina no que se refere às causas e princípios daquela doença. Por isso eles passaram a chamá-la de “mal sagrado”.
Hipócrates retoma essa mentalidade antiga e complexa para enfatizar a autonomia e autoridade soberana dos deuses e a submissão dos povos a eles. Por isso Hipócrates julga ser uma ação ímpia e atéia querer curar, com prática humana, os males sagrados. Só os deuses tinham o poder de curar aquele mal e os homens não podiam pretender se tornar superiores aos deuses. Ele afirma que não acredita na hipótese de que o homem pudesse ser contaminado por um deus, mas que o divino é, de fato, o purificador e santificador do homem, de seus males gravíssimos e ímpios erros. Com isso, ele nos mostra convictamente o seu reconhecimento da superioridade divina e a inferioridade do homem.
Hipócrates, ao dizer que o homem é visto no conjunto em que se encontra naturalmente inserido, está afirmando a existência de uma relação entre o homem e a natureza numa união indissolúvel. Pois a própria natureza pode interferir na saúde e na doença do homem, uma vez que ela incide sobre a constituição do aspecto humano.
Um outro ponto de extrema relevância na obra de Hipócrates é o juramento do médico. Do ponto de vista da linguagem moderna, mas fundamentada na linguagem do próprio Hipócrates, o juramento é o compromisso do médico no que se refere à prestação de serviço padronizado aos povos para uma melhor eficácia da atividade que ele deveria desempenhar a partir de então.
A precisão do cumprimento desse juramento propiciaria ao médico muita honra por parte do povo. O juramento ficou conhecido como: “o juramento de Hipócrates”, como se diz até hoje.
Graças a esse genial intelecto e mestre do saber, é que surge a medicina, que ocupa no atual contexto contemporâneo uma relevância incontestável.

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