domingo, 17 de julho de 2011

A LÓGICA DA FORÇA EM MAQUIAVEL



Tradicionalmente pensava-se que para governar era preciso ter força, daí a idéia de que o príncipe tinha que ter um poderoso exército. Desse modo, a idéia de que o poder político se constitui como uma força aparece como idéia central da primeira parte de O Príncipe.
Se no exercício da vida política aparecer algo mais importante que a força, esse, à sua vez, só pode ser a inteligência no uso da força conforme se vê no pensamento de Maquiavel. Nesse contexto, o filósofo insinua que o príncipe deve, para alem de forte, ser também inteligente. Pois, há dois tipos de combate: um pela força e outro pela inteligência; o segundo é próprio dos homens e o primeiro é próprio dos animais. Isso vai se mostrar mais claro no capitulo XVIII, quando Maquiavel vai compara o homem [leia-se: o príncipe] a um centauro, para dizer que ele – compartilhando uma natureza que é dupla – deve usar tanto da humanidade, quanto da animalidade.
Quando Maquiavel alude que o príncipe deve aprender a não ser bom, isso não deve ser entendido como se ele estivesse querendo dizer que o príncipe devesse ser sempre mal, mas a se valer ou não desse recurso conforme a necessidade. Nesse sentido, o que ele refere é que quem quiser ser sempre bom em tudo o que vier a fazer, vai se arruinar em meio a tantos que não são bons, logo, o príncipe deve aprender a usar a maldade e a ferir quando for preciso. É por essa razão que, a força se configura, portanto, como um elemento necessário na vida política, especialmente, porque é por meio dela que se pode assegurar a paz, o progresso e a permanência do príncipe no poder.


REFERÊNCIA
NICOLAU, Maquiavel. O Príncipe. Trad. Maria Júlia Goldwasser. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. (clássicos)

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