quinta-feira, 28 de julho de 2011

APEL E O PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIDADE




              Apel é um clássico da escola de Frankfurt que integra a crítica operada por essa escola à razão instrumental pautada na ciência e na técnica. Em sua análise dos problemas filosóficos da contemporaneidade no que diz respeito a isso, Apel percebe que há uma complementação entre uma coisa e outra. Isso se manifesta com mais clareza na análise da relação entre ciência e técnica. Indo mais ao fundo, ele percebe que a técnica industrial conduz a um problema universal na medida em que abrange todos os seguimentos humanos. É nesse contexto que uma fundamentação da ética parece como necessária, dado que a ciência e a técnica operam num campo universal. 
              A complementaridade entre dois campos do conhecimento, quais sejam, o cientismo e o existencialismo, também ajuda a entender melhor o conceito de complementaridade em Apel. O existencialismo preza pelo conhecimento científico objetivo, enquanto que o existencialismo centra-se nas decisões éticas subjetivas. A complementaridade aqui se dá pelo fato de que a objetividade da ciência admite previamente o pressuposto de uma comunidade de argumentação que, à sua vez, é subjetiva. É nesse sentido que Apel fala de um princípio de complementaridade.     


 REFERÊNCIA

APEL, Karl-Otto. Estudos de moral moderna. Petrópolis: Vozes, 1994.

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