terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OS OBSTÁCULOS QUE O “APRENDIZ” ENFRENTA PARA ALCANÇAR A VERDADE EM “PROUST E OS SIGNOS”.



Em Proust, o aprendizado é uma questão delicada que requer muito esforço por parte do aprendiz afim de que os resultados pretendidos possam ser, de fato, alcançados. Antes de tudo, o aprendiz é aquele que acima de tudo busca formas inovadoras de pensamento e que não toma como ponto de partida para isso nem pressupostos filosóficos, tão menos pressupostos científicos. O aprendiz é aquele que cria algo novo. E é a ele que compete, segundo Deleuze, revelar as verdades de um tempo. É válido salientar que, em princípio, o aprendiz passa por algumas decepções devido à sua inexperiência. Mas, isso em algum aspecto é bom dado que pode motivar o aprendiz a ir sempre mais em busca das verdades dos tempo, seja ele perdido, ou passado, ou ainda, do tempo que se redescobre e do tempo redescoberto.
As decepções que o aprendiz sofre no início do seu aprendizado decorrem, muitas vezes, do fato de que nem sempre os resultados obtidos são os esperados. Ou seja, muitas vezes, o objeto que o aprendiz encontra, ou com o qual se depara, não revelam as verdades dos signos. Cumpre aqui lembrar que a tarefa do aprendiz é encontrar as verdades recônditas que se ocultam nos signos, e que esses, à sua vez, comportam uma dupla constituição, diga-se de passagem. Primeiro, eles revelam algumas coisas e, segundo, significam outras. Talvez, poder-se-ia argumentar aqui que a primeira das dificuldades encontradas pelo aprendiz decorre justamente dessa incapacidade – fruto de sua inexperiência – em distinguir aquilo que o signo manifesta [que é sempre um objeto] daquilo que ele significa [que é justamente a sua essência, a sua verdade, a sua razão de ser].  

















Nenhum comentário:

Postar um comentário

quick search