segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O ANTI-HEGELIANISMO DE DELEUZE



               Encarar Hegel face a face dada a sua grandeza no campo filosófico, obviamente não é algo tão fácil e simples como, de repente, se possa imaginar. Certamente, um dos grandes cuidados a ser tomados por aqueles que enveredam trilhar contra Hegel será o de não cair na armadilha se tornar hegelianos, ou seja, de não serem engolidos pelo sistema desse filósofo. Marx e Deleuze podem, sem dúvida, ser citados aqui como exemplos de indivíduos que obtiveram sucesso em suas empreitadas contra esse filósofo. Deleuze, certamente, não pode ser considerado um hegeliano. Pode, apenas, ser considerado como um separado dos problemas de Hegel. Nesse sentido, o seu anti-hegelianismo consiste, em princípio, em não considerar como relevante alguns, ou talvez, todos os pressupostos de pesquisa filosófica construídos sobre as bases do pensamento hegeliano. Por exemplo, Deleuze não é adepto da ideia de que é o pensamento que cria a realidade e o homem. Pelo contrario, em sua perspectiva, é o homem, ou ação desse, que cria a realidade. Ou seja, enquanto para Hegel o homem é criação, para Deleuze, à sua vez, o homem é um ser criado a partir de certa práxis, ou prática. Nessa perspectiva, pode-se dizer que o anti-hegelianismo de Deleuze nada mais é do que uma rejeição aos princípios hegelianos pelos quais se concebe a criação do homem e da realidade. Entretanto, cumpre ressaltar que se [ao desconstruir o pensamento hegeliano] Deleuze sai ao final vitorioso, isso, todavia, não é um mérito apenas seu, mas também dos aliados que procurara para dar consistência ao seu ataque ao sistema de Hegel.

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