quarta-feira, 1 de junho de 2011

RELATÓRIO PARCIAL REFERENTE ÀS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS JUNTO AO PIBID CAPES/UFMA NO PERÍODO DE ABRIL DE 2010 A ABRIL DE 2011


UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE FILOSOFIA










PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID / CAPES










SÃO LUÍS – MA
ABRIL – 2011
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FÁBIO COIMBRA







RELATÓRIO PARCIAL REFERENTE ÀS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS JUNTO AO PIBID NO PERÍODO DE ABRIL DE 2010 A ABRIL DE 2011










SÃO LUÍS – MA
ABRIL – 2011
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Fábio Coimbra
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Bolsista da CAPES com atuação no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência; Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão; Código: ff09229-45; Endereço: Rua São Pantaleão, 168, Centro, São Luís – Maranhão; Fone: (98) 3231-6666 / (98) 81477904: E-mail: antaresf84@yahoo.com.br
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4

1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
NA UNIVERSIDADE .......................................................................................... 6

2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
NA ESCOLA CONVENIADA ........................................................................... 8

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 11
REFERÊNCIAS (anexo I – levantamento bibliográfico) ........................ 15
ANEXO II ............................................................................................................ 17
ANEXO III ........................................................................................................... 19
ANEXO IV .......................................................................................................... 23
ANEXO V ........................................................................................................... 24



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INTRODUÇÃO

Este relatório tem por propósito traçar um panorama das atividades que foram desenvolvidas no período situado entre junho de 2010 e abril de 2011, referentes ao Programa Institucional de Bolsa de iniciação à Docência (PIBID) da CAPES junto ao curso de licenciatura em Filosofia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), de acordo com o Edital Nº 02/2009 – CAPES/DEB.
Quanto à estrutura, o relatório se constitui de dois específicos momentos. No primeiro, busca-se fazer um esboço geral das atividades que foram desenvolvidas na universidade como forma de preparação para a ida às escola nas quais as atividades seriam desenvolvidas. Num segundo momento, pretende-se fazer uma abordagem das atividades que foram desenvolvidas no seio da escola. Em outros termos, significa dizer que o relatório se constitui a partir da junção entre teoria e prática.
Em se tratando do primeiro momento, ou seja, as atividades desenvolvidas na universidade, demonstrar-se-á que o ponto de partida se deu com uma pesquisa bibliográfica, seguida de uma outra, que foi a cinematográfica. O que se buscava com ambas era coletar fontes que de algum modo pudessem contribuir para a melhora do ensino da filosofia. Noutro momento, foi iniciado o estudo de um livro de Teodoro Adorno, cujo titulo se lê “Educação e Emancipação”.  Além dessa obra, ainda fora requisitado para leitura os textos de alguns filósofos sobre a educação, como por exemplo, o artigo “A crise da Educação” de Hannar Harendt.
Sobre o segundo momento, ou seja, sobre as atividades desenvolvidas na escola, perceber-se-á que as atividades foram desenvolvidas em dupla. Devido a pequenos fatores, houve quem trabalhasse sozinho, a exemplo de mim. Conforme se verá, o grupo do PIBID/Filosofia fora divido em dois, sendo um para trabalhar no Colégio nerval Lebre, e outro no CEGEL (Centro de Ensino Gov. Edson Lobão). No Nerval, grupo – para lá destinado – foi recebido muito bem. Em princípio, no Nerval fora disponibilizados todos os horários, bem como quais seriam as salas nas quais se ia trabalhar. Em seguida, cada um escolhera o seu dia para o desenvolvimento de suas atividades de acordo com a disposição de horário.

Após a formação das duplas, e a divisão de horário, o professor Ermilton, que seria o supervisor no Colégio Nerval Lebre fez algumas considerações sobre os problemas em relação ao ensino de Filosofia, conforme se verá. Feito tudo isso, o passo seguinte foi a aplicação de um questionário, que permitiu ver – a partir da opinião dos alunos – como estava sendo a aula de Filosofia.





1.  DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIVERSIDADE


Em princípio, cumpre ressaltar que o início das atividades do PIBID se deu aos 2 (dois) dias dos mês de Junho de 2010. Na primeira reunião, sob a coordenação da professora Maria Olília Serra, foi feita uma apresentação dos bolsistas. Em seguida, a professora falou do programa, frisando alguns aspectos do mesmo, como, por exemplo, a duração (que seria de um ano, podendo ser renovada por igual período de acordo com o desempenho do bolsista), e a finalidade (onde disse que um dos objetivos do programa era propiciar aos acadêmicos dos cursos de licenciatura uma experiência, ou um primeiro contato com a sala de aula. Outro objetivo do programa seria o de buscar valorizar os cursos que preparam para a docência, incentivando, desse modo, os acadêmicos que se preparam para seguir a docência como profissão).
Sobre o modo de trabalho, a professora disse que a turma ia ser dividida em dois grupos de 10 membros para assim executar as atividades do PIBID em duas escolas da rede pública, respectivamente – em princípio – o COLUN (Colégio Universitário) e o CEGEL (Centro de Ensino Gov. Edson Lobão), localizado no centro da cidade. Posteriormente, por motivo de horário, decidiu-se pela mudança do COLUN para Colégio Nerval Lebre, localizado no bairro Cambôa. Em seguida foi falado sobre os supervisores das escolas, sendo estes professores da disciplina Filosofia e que iriam dirigir os trabalhos das equipes, cada uma em sua escola. Do CEGEL, foi dito que a supervisora seria a professora Cecília, enquanto que no Nerval Lebre, o supervisor seria o professor Ermilton. Dito isso, a professora Olília passou algumas atividades que deviam ser feitas antes, como meio de preparação da ida para as escolas. Nesse sentido, as duas primeiras atividades desenvolvidas, de caráter teórico, foram uma pesquisa bibliográfica sobre o ensino da filosofia (o objetivo era reunir referências de obras de autores que discorrem sobre o ensino da filosofia, bem como maneiras de se ensinar filosofia, no contexto da educação básica) e uma um levantamento cinematográfico (o objetivo aqui era fazer uma pesquisa sobre filmes que de alguma forma pudessem contribuir para o melhoramento da aprendizagem, uma vez que isso também diz respeito a uma forma de metodologia que pode muito bem ser empregada pelo professor). Essas duas atividades foram feitas em dupla e apresentada na Sala.
Num terceiro momento, em se tratando das atividades na universidade, de caráter preparatório, foi feito um estudo aprofundado do livro “Educação e Emancipação” de Teodoro Adorno. O livro era composto de oito capítulos. Desses, três foram leitura obrigatória, a saber, “Educação após Aushwitz”, “A educação contra a barbárie” e “Educação e emancipação”. Esses capítulos depois de estudados individualmente em casa foram, todos, discutidos em grupo, o que originou uma riqueza considerável de conhecimentos. Além dessas, outras leituras foram requisitadas, como, por exemplo, “A pedagogia de Kant”, um artigo sobre “autonomia” de Silvio Galo, alguns textos dos filósofos sobre “educação” e o artigo “A crise da educação” de Hanna Harendt. Essas atividades foram, então, as últimas desenvolvidas no contexto da teoria. Em seguida passou-se ao campo da ação prática. É válido ressaltar que nessa ocasião, o grupo do PIBID já não contava mais com a presença da professora Olília, que teve que se ausentar em vista do seu doutorado. No lugar da professora Olília, assumiu, como coordenador, o professor Dr. Almir Ferreira Junior.
Com o professor Dr. Almir, os trabalhos que vinham sendo desenvolvidos como forma de preparação para a ida às escolas foram continuados. Em uma das muitas discussões que houve voltada para o ensino da filosofia e como fazer para melhorá-lo dada essa necessidade, o professor Almir chamou a atenção para o fato de que a preparação de uma boa aula de filosofia tem como requisito básico a questão da problematização. Disso isso para corroborar que uma das grandes dificuldades que se apresentam no ensino da filosofia pode residir justamente no fato do docente não saber problematizar a aula. Diante dessa dificuldade, o professor questionou sobre o que o PIBID podia pensar nos dias atuais para as possíveis interferências, tal como é o objetivo do programa.



2. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA CONVENIADA

  Após o processo de preparação para a experiência com o cotidiano da sala de aula, as duas equipes que compõem o grupo do PIBID/Filosofia partiram, então, para a prática. Desse modo, fomos (na reunião seguinte) direto para o Colégio Nerval Lebre, onde fomos recebidos pela direção da escola, bem como pelo professor Hermilton, que foi o supervisor. Em seguida fomos para a sala 203, onde nos fora passado, pelo professor Hermilton, os horários do Nerval Lebre. Os dias de aula de Filosofia no Nerval seriam os seguintes: segunda, terça e sexta-feira. Os horários são os que se segue: segunda: 1º, sala 201; 3º, sala 103, 4º, sala103, e 5º, sala 202; terça: 4º, sala 202, 5º, sala 101, e 6º, sala 201; e sexta: 3º, sala 101, 5º, sala 102, e 6º, sala 102.  Feito isso, ficou decidido que o trabalho seria por dupla. Logo após, cada um dos bolsistas fez a escolha dos dias e horários para o desenvolvimento de suas atividades. Os dias escolhidos por mim (Fábio Coimbra), que acabei por trabalhar sozinho, para desenvolver minhas atividades foram às segundas-feiras; a sala escolhida foi a 103, e o horário foi o que ia das 08h50min às 10h45min. A turma com a qual eu trabalhei foi uma de 1º ano.
Dado esse primeiro momento, o professor Hermilton fez em seguida um demonstrativo de dias nos quais não deveria ter aulas. Em princípio, disse que do dia 11 ao dia 15 de outubro não haveria aula de filosofia em vista de feriados; do dia 18 a 22 de outubro também não haveria aula, em vista de feriado, segundo ele, e do dia 26 ao dia 29 também não haveria aula pelo fato de que o colégio seria entregue ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em razão da eleição para 2º turno. No dia 1º (primeiro) de novembro as aulas também não deveriam acontecer devido à limpeza a ser feita após a eleição. Haja vista o segundo dia do mês de novembro (que seria uma segunda feira) ser feriado (finados), e os meus dias de atividades naquela escola serem justamente às segundas-feiras, eu só pude retornar as atividades na segunda seguinte, ou seja, no dia 8 (oito) de novembro.
Feitas essas divisões e colocações, o professor Hermilton fez ainda algumas considerações sobre os dias nos quais não deveriam ocorrer aulas. Disse que “por lei, os alunos devem ter 200 dias de aula por ano. No mês de outubro não houve aulas de filosofia”. Disse ainda que “do início do semestre até o mês de agosto, só houve aulas no mês de agosto, e alguns dias de setembro em vista de feriados”.
No dia 8 (oito) de novembro, já estando em sala, o professor, juntamente comigo, fez uma exposição de filme para os alunos. O filme trabalhado intitulava-se “Quem somos nós”. Na verdade, não se tratava de um filme propriamente dito, mas de um documentário sobre a Física Quântica. O objetivo era desenvolver uma reflexão sobre a realidade. No dia 9 (nove) de novembro, isto é, uma terça feira, o professor Hermilton convocou uma reunião com os bolsistas do Nerval, a qual deveria ocorrer na UFMA às 17h00min, como de fato ocorreu, ainda que sem a presença de todos os bolsistas. No dia 15 (quinze) de novembro não ouve aula em vista do feriado nacional (Proclamação da República). No dia 22 (vinte e dois) de novembro, eu fiz a aplicação de um questionário à turma. Esse questionário foi trabalhado antes, em uma das reuniões do PIBID pelo professor coordenador, Dr. Almir, que expôs os objetivos do questionário. No dia 29 (vinte e nove) de novembro, o professor Hermilton passou um assunto de prova à turma. Nessa aula, o professor solicitou a mim que colaborasse com uma pequena reflexão sobre o assunto. Antes da minha colaboração, o professor explicou todo o assunto, e após isso, disse à turma que eu (Fábio) iria fazer uma reflexão sobre o que ele já havia tratado. Desse modo, eu (Fábio) atendi o que me for solicitado. O texto trabalhado discorria sobre teoria do conhecimento que tratava de correntes tais como “empirismo”, “racionalismo”, “dogmatismo” e “ceticismo”. No dia 6 (seis) de dezembro foi a aplicação da prova, ocasião na qual eu estava presente em sala. No dia 23 de dezembro não houve aula em vista da reunião do conselho de classe da escola. No dias 20 (vinte) de dezembro deu-se início ao recesso de natal e ano novo. O retorno estava previsto para o dia 3 (três) de janeiro de 2011.
Após a aplicação do questionário à turma, o grupo do PIBID passou a ter reunião[1] com o professor coordenador Dr. Almir para compartilhar a experiência de ter aplicado o questionário. Depois de todas as considerações dos bolsistas, o professor Dr. Almir solicitou que cada um fizesse uma sugestão de plano de aula com base nas informações que foram colhidas dos alunos ao responderem o questionário. Com base no questionário aplicado, e atrelado, ao plano de aula que fiz, aventurei-me em escrever um texto sobre ensino da filosofia, cujo título se lê “Considerações sobre o ensino da Filosofia no Ensino Médio a partir de um questionário aplicado junto a uma turma de primeiro ano[2].



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após um ano de atividades desenvolvidas por meio do Programa Institucional de Bolsa de iniciação à Docência da Capes, é possível dizer que as experiências desenvolvidas na escola e na universidade já configuram uma nova forma de olhar e conceber a realidade da escola no contexto da educação básica no nível médio, especificamente no que tange ao ensino da Filosofia.
Por meio do programa, foi possível perceber que os problemas que permeiam a realidade da escola são às vezes tão elevados de modo a atrapalhar o funcionamento, bem como também, por vezes, a própria estrutura. Em princípio se pode dizer que esses problemas são de duas espécies: internos e externos. Os internos são aqueles gerados a partir de uma série de fatores como, por exemplo, as relações verticais que se estabelecem algumas vezes entre professores e gestores; baixo salário; desvalorização do magistério; greves, dentre outro. Os externos, à sua vez, dizem respeito a todos aqueles problemas que migram da dupla realidade, social e econômica, relativa a cada um, para a escola. Para compreender esse problema de natureza externa é preciso antes de tudo saber que a escola é como um espelho que reflete as várias realidades que nela se apresentam. É preciso entender que a escola é um mundo dos mundos; é uma realidade que como tal engloba varias outras; é como um mosaico composto de peças diferentes, de diferentes tamanhos, de cores diferentes e diferentes brilhos. Essas cores, brilhos e tamanhos são os sujeitos (ou melhor, alunos) concretos, absolutos e singulares. Cada um vem de uma realidade diferente, com problemas diferentes, que tem sonhos diferentes, e perseguem objetivos diferentes. Um é pobre, outro é de mais condição, outro passa fome, outro é preto, outro é branco, outro é mulato, um gosta disto, outro daquilo etc. etc. O que se quer dizer com isto é que cada aluno vem de um mundo, ou uma realidade que lhe é intrínseca e inextrincável. É justamente dessa diversidade de mundos menores, fragmentados e problemáticos, dentro de um mundo englobante, que é a escola, que faz surgir – muitas vezes – no seio desta ultima diversos problemas como briga entre alunos, discussão com professor, bater em professor, reprovação, desistência etc. Aqui cumpre ressaltar que esses não são todos os problemas que circunda e habitam a escola, mas parte de um todo que é muito mais amplo e complexo. Problemas tais como fome, briga com família, conflitos de grupos externos à escola, uso de droga, tráfico, pobreza etc. são fatores que, não obstante, estão aptos a convergir à escola, bem como se mostrar dentro dela. Esses problemas, muitas vezes, refletem com mais perspicácia nos lugares em que ao entorno da escola se dissemina o mundo da droga e do tráfico. Entretanto, cumpre ressaltar que isso é apenas uma tendência e uma possibilidade, considerando que possível se diz daquilo que pode ser. Isso também não significa dizer que nas escolas que se localizam longe dessa realidade sejam puras e destituídas de problemas, pelo contrário, elas também se encontram recheadas de problemas. Ambas possuem em comum os mesmos problemas internos, tal como já fora citado. Quanto aos problemas externos, há certas diferencias como, por exemplo, o grau de intensidade com que eles se manifestam. Que fique claro uma coisa: não se está querendo dizer aqui que a escola da periferia é pior e a do centro melhor, mas simplesmente que a quantidade e a intensidade dos problemas de cada mundo escolar vão depender, dentre outros, do ambiente que circunda a escola. É por essa razão que se costumas encontrar esta escola com estes problemas, e aquela com àqueles, sobretudo, em se tratando daquilo que aqui está sendo compreendido como problemas externos à escola. Os conflitos de alunos com professores estão presentes tanto nas escolas da periferia como nas do centro; o ato de bater em professor está tanto na periferia como no centro, conforme nos têm mostrado as mídias que transportam as informações. Em suma, o que se está querendo dizer é que as realidades não são as mesmas e nem iguais em todos os lugares. Cada lugar possui uma estrutura diferente, uma forma de vida diferente, um meio econômico diferente, uma dinâmica diferente.
Diante de todas essas considerações sobre o entorno da escola, não poderíamos deixa aqui de fazer também algumas considerações sobre o gerenciador de tudo isso, a saber, o Estado. A educação como direito de todos é um dever exclusivo do Estado a sua promoção. Atrelado ao dever do Estado está o da família. O ideal aqui é que a escola dê as mãos à família para que ambas possam caminhar juntas afim de que a caminhada seja mais sólida. Ao estado compete fornecer a segurança nesse caminhar que desconstrói para reconstruir, ou constrói ainda não fora construído nada.
Sobre o ensino da Filosofia, se pôde perceber que os problemas são diversos. Às vezes falta material, falta estrutura, as escolas não disponibilizam livros ou quaisquer outros materiais didáticos. Sendo as multimídias, algumas vezes, precárias os procedimentos metodológicos de aulas ficam, por vezes, pesados para os alunos do ensino médio, ou fundamental, que ainda não possuem aquele hábito de se debruçar sobre a leitura e a escuta atenta. Com falta de material fica difícil colher bons frutos do trabalho executado.
Outro problema, ainda sobre o ensino da Filosofia, diz respeito ao fato de que muitas vezes o professor[3] que lecionam essa disciplina não é um profissional da área, mas apenas alguém que preenche um espaço. Disso resulta como consequência os maus entendidos sobre a filosofia, o que, de alguma forma, gera um desgosto pela mesma. Outra consequência daí decorrente é a dificuldade do aluno em apreender filosofia, uma vez, que o aprendizado ou o entendimento dessa disciplina depende, em grande parte da autoridade e do domínio do professor sobre os conteúdos trabalhados.
Diante de todas as dificuldades vividas e observadas no que diz respeito ao desenvolvimento do Programa, ainda é possível dizer que nesse primeiro ano de atividades a proposta que constitui o objetivo geral do subprojeto, a saber, “Proporcionar aos estudantes de Filosofia uma vivência com o ensino desta disciplina no contexto do Ensino Médio, tendo em vista a formação”, foi em boa parte alcançado. Essa vivência, entretanto, tem um lado negativo na medida em que não cumpre com alguns dos objetivos específicos, como por exemplo, o de “incentivar a formação de professores de filosofia”. Neste caso, não houve um incentivo dado que os problemas passíveis de percepção se apresentavam como bem maiores do que as possíveis soluções para os mesmo. Se esse primeiro objetivo especifico falhou sob algum aspecto, o segundo, que consistia em “Articular a educação superior em Filosofia com a educação básica” pode-se dizer, se configurou enquanto tentativa que, em boa parte, deu certo, dado o contato, e a freqüência dos bolsistas nas escolas de trabalho. O terceiro objetivo específico que visa “Incentivar a participação dos estudantes de Filosofia em ações e práticas docentes”, atingiu parcialmente o seu fim. O quarto objetivo específico, qual seja, “Contribuir com o ensino da Filosofia no Ensino básico”, talvez tenha sido o de maior êxito, dado o engajamento dos grupos buscando, de alguma forma, interferir na caótica realidade do ensino na educação básica. O quinto, e último, objetivo específico quase não foi desenvolvido, não por falta de interesse do grupo do PIBID, mas em razão dos próprios problemas das escolas. 
Em suma, a experiência que se deu em torno de um ano com a realidade da educação básica, em geral, a escola, foi parcialmente boa uma vez que permitiu abrir caminhos para a aquisição de novos conhecimentos. Permitiu também realizar em boa parte a metodologia e finalidades do subprojeto, como, por exemplo, a “Inserção do estudante de Filosofia na escola de ensino básico, tendo em vista os primeiros contatos com a organização escolar em toda sua ambiência docente e principalmente discente”. Das metas a serem alcançadas, tal como expostas na metodologia do Programa, apenas duas foram executadas completamente. São elas: (primeiro) “Pesquisa bibliográfica pertinente à docência da Filosofia no Ensino Médio”; e (segundo) a “Observação do trabalho docente. Dos resultados a serem obtidos, todos foram atingidos, mas apenas parcialmente.
Feitas as devidas considerações, pode-se dizer que a grandeza do Programa, no que diz respeito a essa primeira parte, apesar dos problemas, residiu no fato de ter permitido traçar novos horizontes sob o prisma de que o passado pode ser curado e recuperado com uma nova perspectiva, entretanto se, e somente se, o presente que consome o futuro for concebido e vivido como o “aqui” e “agora”, a “hora certa do fazer valer” e direcionado na perspectiva do que se pretender, incansavelmente, alcançar. [4]   

  
REFERÊNCIAS

ANEXO I

LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO


ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.

BEATRIZ, Sabóia. A ditadura brasileira e o ensino da filosofia. São Luis: EDUFMA, 2001.

CARTOLANO, Maria Tereza Pentedo. Filosofia no ensino de 2 grau. São Paulo: Cortez, 1985.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1998.

______. Filosofia: ensino médio. São Paulo: Ática, 2005.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. Ed. 16. São Paulo: Saraiva, 2006.

DESCARTES, René. O discurso do método. Trad. Bento Prado Junior. Ed. 4. São Paulo: Nova Cultura, 1987 (Coleção os pensadores)

FAVERO, Altair Alberto; RAUBER, Jaime José; KOHAN, Walter Omar. Um olhar sobre o ensino de filosofia. Ijui: Editora UNIJUI, 2002.

GALLO, Silvio. Ética e cidadania: caminhos da filosofia: (elementos para o ensino da filosofia). Campinas: Papirus, 2006.

GALLO, Silvio; KOHAN, Walter Omar. Filosofia no ensino médio. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

LIPMAN, Matthew. A filosofia vai a escola. São Paulo: SAMMUS, 1990.

MELLO, José Joaquim de Sousa. Educação para o trabalho: uma proposta metodológica para o ensino de filosofia. São Luís: UEMA, 1995.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários è educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2002.

PARISI, Mario. TDF, Trabalho Dirigido de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 1982.

PLATÃO. A República: livro VII. Trad. Elza Moreira Marcelina. Ed. 2. Brasília: editora UnB, 1996.
              
RIBAS, Maria Alice (et.al). Filosofia e ensino: a filosofia nas escolas. Ijui: UNIJUI, 2005

SABOIA, Beatriz. A função política da filosofia no ensino médio. São Paulo: s/ed. 1989. (Dissertação – mestrado – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

SARTRE, Jean Paul. O existencialismo é um humanismo. Trad. Rita Correia Guedes. Ed. 3.  São Paulo: Nova Cultura, 1987.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1993.

SILVEIRA, René J. T.; GOTO, Roberto (orgs.) Filosofia no ensino médio: temas, problemas e propostas. São Paulo: Loyola, 2007.

KOHAN, Walter Omar. Filosofia: caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.


ANEXO II

LEVANTAMENTO DE CINEMATOGRÁFICO[5]

MITO DA CAVERNA

Matrix
Sinopse: O filme trata sobre uma ilusão possível da realidade que conhecemos. Neo é um hacker que tem a oportunidade de descobrir a verdade, pois acreditam que ele é o escolhido e o predestinado a salvar o mundo da ilusão que a Matrix esconde de nós
Cena importante: A cena que se destaca é a que Morpheus entrega a Neo duas pílulas das quais ele deverá tomar apenas uma: a pílula da ilusão ou a da realidade. Esta cena apresenta a idéia do Mito da Caverna, que Platão escreveu há mais de 2400 anos. Algumas pessoas que viviam numa caverna, uma delas descobre um mundo fora da caverna e deve escolher entre a ilusão de que o único mundo existente é a verdade ou tornar-se consciente de que há outra realidade alem da que ele conhecia.

O DISCURSO DO MÉTODO
Amnésia
Sinopse: O filme trata sobre a razão humana. Leonard tem problema de memória, devido a uma pancada na cabeça que ocorreu durante o assassinato de sua esposa. Sua memória dura poucos segundos, então, ele tatua no corpo as informações que o levará ao assassino. 
Cena importante: Como a sequência das cenas são em vai-e-volta, a cena que se destaca é a do desfecho do mistério em torno do assassinato da esposa de Leonard. Este filme aborda a discussão sobre a razão, que Descartes apresentou. Assim como Descartes propôs um método para alcançar o conhecimento, a verdade, a personagem do filme acha um método para lembrar o que ele esquece, concluindo que o erro é um possível mal uso da razão.

O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO
Amarelo manga
Sinopse: Este filme brasileiro apresenta questões existencialistas, que sempre envolvem as pessoas ao redor. Varias personagens buscam através de armadilhas e vinganças atingir sua própria felicidade. O titulo é a cor predominante nas cenas, representado um amarelo hepático e pulsante.  
Cena importante: Como o filme tem muitas personagens não há uma cena só que se destaque, mas sim as sequencias das cenas, apresentando ações e atitudes que são tomadas devido a outras ações. Como a sequencia que ocorre quando a esposa de uma das personagens descobre por uma carta de outra personagem que seu marido a trai. Ela toma atitudes que envolvem a que mandou a carta, o marido, a amante e um desconhecido. Este filme mostra exatamente que (em Sartre, por exemplo) quando vivemos/existimos afetamos os outros à nossa volta, seja positivamente ou negativamente: do qual basta existir para ser.  

“O PRINCIPE” DE MAQUIAVEL 
Sinopse: "Fahrenheit 11 de setembro" mostra uma nação mantida em medo constante por alertas do FBI e passiva diante de uma nova legislação, o "Patriot Act" (ato patriótico), que infringe direitos civis básicos. É nesta atmosfera de confusão, suspeita e terror que a administração Bush fez sua abrupta guerra rumo ao Iraque - e "Fahrenheit 11 de setembro" nos leva dentro desta guerra, para contar histórias exclusivas, ilustrando o cruel custo de vidas de soldados norte-americanos e de suas famílias.[6]



ANEXO III


QUESTIONÁRIO APLICADO JUNTO À TURMA DO PRIMEIRO ANO DO COLÉGIO NERVAL LEBRE


1.    O QUE É A AULA DE FILOSOFIA PARA VOCÊ?
A) Leitura de textos filosóficos
           B) Questionar os problemas do dia-a-dia
C) Conhecer sobre nossa existência
D) Uma aula normal
Total de alunos: 21
RESPOSTAS
A: 6
B: 10 (p/ a maioria, aula de filosofia é questionar os problemas do dia-a-dia)
C: 7
D: 3
2. O CONTEÚDO DA AULA DE FILOSOFIA É
A) Excelente
B) Bom
C) Deixa a desejar
Total de alunos: 21
RESPOSTAS
A: 7
B: 12 (p/ a maioria dos alunos, o conteúdo de filosofia é bom)
C: 2
3.    VOCÊ COMPREENDE A AULA DE FILOSOFIA?

A)           Sim
B)           Não
Total de alunos: 21
REPOSTAS
A: 18 (p/ a maioria a aula de Filosofia é compreensível)
B: 1
(obs. 1 aluno não respondeu, e outro respondeu Sim e Não)

4.    O PROFESSOR DE FILOSOFIA UTILIZA TEXTOS FILOSÓFICOS EM SALA DE AULA?
A)           Sim
B)           Não
Total de alunos: 21   
RESPOSTAS
A: 21
B: 0
5.    NA AULA DE FILOSOFIA VOCÊ PERCEBE ALGUMA RELAÇÃO COM A SUA REALIDADE?
A)           Sim
B)           Não
Total de alunos: 21  
RESPOSTAS
A: 13 (p/ a maioria dos alunos há alguma ligação da aula de filosofia com suas realidades)
B: 8

6.    O QUE CHAMA A SUA ATENÇÃO NA AULA DE FILOSOFIA?
A)           A forma como é transmitida
B)           Os questionamentos feitos pelo professor
C)          Os recursos utilizados pelo professor (vídeo,música, figura, etc.)
D)          Nada me chama a atenção
Total de alunos: 21
RESPOSTAS
A: 4
B: 3
C: 13 (p/ a maioria dos alunos o que mais chama a atenção na aula de filosofia são os recursos utilizados)
D: 1

7.    DE QUE FORMA O PROFESSOR DE FILOSOFIA ESTIMULA E DESENVOLVE DISCUSSÕES, OU DEBATES EM SALA DE AULA?
-          Com textos filosóficos, conversas e leitura (4 alunos).
-           De forma boa e ampla por meio de uma boa explicação (5 alunos).
-          Através do uso de tecnologias (4 alunos).
-          Por meio de questionamentos (4 alunos).
-          De forma nenhuma (1 aluno).
-          (Obs. 3 alunos não responderam)

8.    COMO VOCÊ GOSTARIA QUE FOSSE A AULA DE FILOSOFIA?
-          Mais explicativa
-          Como está (6 alunos)
-          Com mais recursos tecnológicos (5 alunos)
-          Pra ser na sala de computação pesquisando (2 alunos)
-          mais debate com o professor
-          Mais dinâmica (4 alunos)
-          Que fosse mais para reflexão dos alunos
-          Que fale mais do cotidiano e menos dos filósofos
-          Com mais respeito ao professor e com temas mais abrangentes
-           Sem prova



ANEXO IV

SUGESTÃO DE PLANO DE AULA A PARTIR DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DO COLÉGIO NERVAL LEBRE

Colégio: Nerval Lebre
Turma: 1º ano (ensino médio)
Prof. Fábio Coimbra
Tema da aula: conhecendo a realidade
Objetivo: fazer com que os alunos descubram – a partir de uma reflexão filosófica – os elementos de sua realidade para, a partir daí, saber diferenciá-la das outras, bem como entender porque as outras são diferentes dela.
 Metodologia: aula expositiva seguida do filme “Matrix”, com ênfase na cena em que Morpheus entrega a Neo duas pílulas das quais ele deverá tomar apenas uma: a pílula da ilusão ou a da realidade. Nesta cena destaca-se a idéia de Platão presente no mito da caverna. Algumas pessoas que vivem fora da caverna descobrem um mundo fora dela e devem escolher entre a ilusão de que o único mundo existente é o da caverna, ou tornar-se consciente de que há outra realidade.
Recursos: TV, quadro, pincel.


  
ANEXO V

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO A PARTIR DE UM QUESTIONÁRIO APLICADO JUNTO A UMA TURMA DE PRIMEIRO ANO

Disciplinas complexas e que aparentemente não comportam nenhuma espécie de relevância para o progresso da ciência, sofrem, em princípio, um descrédito, fruto de um preconceito oriundo nada mais nada menos que de uma ignorância irremediável daqueles que, tomando para julgamento das coisas visíveis o critério da aparência, costumam exaltar um molde de ciência, sociedade, ou humanidade em detrimento de outros que, obviamente são menosprezados. 
Devido a preconceitos que algumas disciplinas costumam enfrentar é que se pode perceber, nos estabelecimentos de ensino básico, algumas dificuldades no que diz respeito à ministração de disciplinas que assim forem concebidas. Um desses eventos – e que aqui se pode tomar como exemplo – é o caso da disciplina Filosofia que assim como pode ser considerada “a mãe de todas as ciências”, pode, não obstante, também ser considerada o principal alvo de preconceitos vindos de múltiplas direções. Cumpre ressaltar que esse preconceito para com o ensino da filosofia, por parte daqueles que asseveram que a filosofia não serve para nada, não constitui uma realidade apenas observável no ensino básico, mas pode ser percebido também no nível de ensino superior, no cotidiano da vida acadêmica.
Nesse sentido, também torna-se fundamental para fins de minimizar esse impasse na educação, alem de outras medidas a serem tomadas, buscar conhecer o que realmente desperta os interesses dos alunos, bem como as coisas que mais chamam sua atenção estimulando, desse modo, sua curiosidade e sua vontade de aprender. O conhecimento daquilo que em princípio constitui os interesses dos alunos estabelece sem dúvida um ponto de partida vital para a mudança daquela realidade pela qual a filosofia, por exemplo, é concebida como algo insignificante, ou irrelevante para a sociedade, a ciência, etc. Dada a mudança dessa falsa realidade, o trabalho por vir seria a construção de pilares que tornassem possível erigir uma realidade, especificamente educacional, na qual a filosofia fosse respeitada como tal, passando a ser vista, portanto, como relevante, desejável, indispensável e necessária para a construção de uma sociedade diferenciada e, por conseguinte, de um mundo mais valorado e rico humanamente.
A diagnosticação do ensino da filosofia no nível básico – além de ser uma fonte de luz que permite ver na escuridão as deficiências e os fatores que comprometem e contribuem para deturpar o sentido e o significado do próprio ensino da filosofia, bem como a busca pela excelência no que a isso diz respeito, e o gosto por ela – constitui, de algum modo, um panorama que permite visualizar com precisão as principais dificuldades que surgem como obstáculo à prática do ensino da filosofia na educação básica. Nessa perspectiva, a grandeza do questionário, pode-se dizer, reside em vários aspectos, como, por exemplo, na elaboração de melhores planos de aulas. Para fins de reflexão e compreensão da relevância do questionário, cabe levantar aqui a seguinte interrogação: o que caracterizaria esses planos de aulas, a partir do diagnostico, como melhores? Em princípio, poder-se-ia dizer que o simples fato de levar em conta as opiniões dos alunos quanto àquilo que seria uma aula de filosofia constitui, por sua própria grandeza, o distintivo fundamental pelo qual os planos de aulas a partir de então pudessem ser vistos como diferentes, preferíveis, plausíveis, dentre outros aspectos dignos de destaque em relação aos planos de aulas que não atentaram por perseguir esses objetivos, e que aqui não serão elencados.
Considerando as respostas obtidas nas questões aplicadas, pode-se dizer que são boas as expectativas para um melhoramento do ensino da filosofia no contexto do ensino médio. Com base no que fora respondido, pode ser dito que a aula de filosofia, atualmente, não está tão longe daqueles fins para os quais ela converge, não somente no ensino médio, mas também no superior, entretanto percebe-se, evidentemente, que faltam alguns ajustes necessários para o êxito a que se pretende nessa aventura. Ao se considerar as respostas da primeira questão – que perguntava “o que é a aula de filosofia para você?” – é possível concluir pela corroboração do que acima fora dito ao se perceber, por exemplo, que para a maioria dos alunos do primeiro ano a aula de filosofia é questionar os problemas do dia-a-dia. Daí se infere certa contextualização dos temas trabalhados em relação ao contexto no qual se tece a vida cotidiana de cada um considerando elementos, ou fatores diversos.
Na segunda questão – que perguntava se “o conteúdo da aula de filosofia é bom, ruim, ou deixa a desejar?” – a resposta parece um tanto agradável quando, segundo a maioria dos alunos, o conteúdo é referido como bom. Entretanto, esclarecimentos precisam ser feitos quanto a essa questão, para saber em que sentido o conteúdo pode ser considerado como realmente bom. Assim como a segunda, a resposta da terceira questão – que perguntava “você compreende a aula de filosofia?” – também carece de esclarecimento. Segundo a maioria dos alunos, a aula de filosofia é sim compreensível. Na quarta questão – que perguntava se “o professor de filosofia utiliza textos filosóficos em sala de aula?” – a resposta é consensual entre os alunos, segundo os quais, o professor utiliza sim textos filosóficos nas aulas.
A quinta questão, à sua vez, chama a atenção por diversos motivos. Um deles é a ponte que ela estabelece com a primeira questão. Reiterando, se naquela questão percebe-se, de acordo com a maioria dos alunos, que a aula de filosofia questiona os problemas do dia-a-dia, nesta, por sua vez, segundo a mesma maioria, com acréscimo de três pontos percentuais em relação àquela, há sim alguma ligação da aula de filosofia com suas realidades. A sexta questão – em virtude da resposta da maioria dos alunos – passou a ser mais de caráter metodológico. Ao perguntar “O que chama sua atenção na aula de filosofia?” a questão traz a lume a preocupação em relação aos meios de transmissão dos conteúdos a serem trabalhados. De acordo com a maioria dos alunos o que mais chama a atenção na aula são os recursos utilizados pelo professor. Dentre esses pode se destacar o uso de vídeos. Com base nas justificativas dos alunos para essas respostas, há uma carência do uso de outros meios, como, por exemplo, músicas e figuras. As duas últimas questões, isto é, a sétima e a oitava, já eram mais de caráter subjetivo, dado que as respostas eram dissertativas. A sétima – que perguntava “de que forma o professor de filosofia estimula e desenvolve discussões, ou debates em sala de aula?” – apresentou resposta que de alguma forma reforçam algumas das questões já suscitadas trazendo assim a possibilidade de um trabalho que objetive aperfeiçoar métodos já usados como, por exemplo, o uso de tecnologias. Um aspecto importante a ser assinalado é que, de acordo com a maioria dos alunos, esse estímulo do professor para as discussões e debates se dá por meio de uma boa explicação. Isso se torna relevante se considerarmos que uma das principais dificuldades em tornar atrativas as aulas de filosofia pode está no simples fato de que o entendimento dos textos por parte do professor pode não se dá de forma tão clara. Uma das razões para isso decorre do fato de que, muitas vezes, o professor de filosofia não é uma pessoa com formação exclusiva no ramo, mas apenas alguém que supre, ou preenche a ausência desse profissional. Desse modo, uma aula de filosofia que realmente chame a atenção do aluno por meio de uma boa explicação – levando em consideração o conjunto das dificuldades em se entender e explicar o texto filosófico, ou o pensamento de um autor – seria de competência exclusiva do profissional com formação especifica em filosofia. Assim como a sétima, a oitava e última questão, à sua vez, ao questionar “como você gostaria que fosse a aula de filosofia?” trousse respostas que também corroboram algumas idéias já manifestas, reforçando a necessidade de melhoramento daquilo a que já se segue, sem, no entanto, excluir a necessidade de inovação. Diante da diversidade das respostas devido ao caráter dissertativo da questão, o que se pôde perceber, quando organizadas, é que a maioria da turma teria respondido que seria bom que a aula continuasse como está. Outra parcela considerável de alunos teria dito que gostariam que a aula de filosofia fosse com mais recursos tecnológicos. Nota-se aqui que o uso de tecnologias parece ser uma das coisas que mais chama a atenção dos alunos. Quanto a isso, é importante notar que na questão anterior, vários alunos disseram que o uso da tecnologia é um dos meios pelos quais o professor estimula debates e discussões. Já nesta oitava, uma parcela maior do que aquela teria dito que a aula de filosofia deveria ser com mais recursos tecnológicos.
Diante de tudo isso, é interessante notar como algumas questões estão diretamente ligadas a outras. Obviamente, o engenho do questionário reside no fato dele funcionar como um mapa no qual se podem perceber as diversas e mais calamitosas situações que permeiam a realidade da escola da educação básica da sociedade brasileira. Entretanto, importa relevar que apesar de muito engenhoso, o questionário ainda pode ser melhorado para fins de obtenção de resultados cada vez mais eficiente. Não obstante, cumpre salientar, ele representa um ponto de partida, um pontapé inicial dado rumo às transformações, então, desejadas. O próximo passo, a partir daqui, seria, então, o planejamento para o início da intervenção nas realidades escolares no que diz respeito ao ensino da filosofia, cumprindo assim, um dos desígnios do PIBID.
Para não se correr o risco de agir em vão e assim iludir-se pensando está fazendo grandes coisas, seria interessante começar pelo conhecimento dos princípios do que já está estabelecido nas escolas, que seria, então, o conteúdo programático. Alem disso, seria relevante tomar ciência daquilo que, em suma, constitui o objetivo primordial do ensino da filosofia no ensino médio. Igualmente seria relevante ter claro o objetivo da educação básica. Daí seria importante primeiro tomar conhecimento, se não total, pelo menos parcial, da LDB. Se difícil for o conhecimento da proposta dessa lei para educação básica, então, o conhecimento daquilo que ela determina como objetivo do ensino da filosofia no ensino médio seria a condição e o requisito mínimino para aqueles que clamam por mudanças. Não é difícil supor que a carência de conhecimento desses dois elementos tal como já foram citados (conteúdo programático e LDB), representaria o vazio de uma marcha que conduz para o nada. Afinal, toda proposta que se pretende chegar a um determinado ponto, deve ter evidentemente um ponto do qual possa se dar a partida. Obviamente, “tudo que tem um começo deve ter um fim”. Cremos que a eficiência como ápice e fim da educação deva ter por começo as considerações sobre as bases reais já solidamente construídas. Não obstante, é necessário suprimir e inovar, tanto quanto for preciso, na medida em que isso se mostrar imprescindível, desejável e plausível para a construção de uma educação melhor; que mude de mentalidade; que introduza o pensamento crítico; que construa homens melhores; que traga a lume uma nova sociedade; um novo mundo; que erija valores; que construa pontes que liguem os diversos mundos, os diversos povos, as diversas culturas.
É preciso perceber que por a trás de toda a aparência subjaz a verdadeira realidade, e que nos submundos das mutações reside a essência, aquilo que consideramos necessário em um ser para que ele seja aquilo que é. Também faz jus perceber que por trás de toda a realidade; que por trás do preto e do branco, que por traz do alto e do baixo, que por traz do forte e do fraco está aqueles pano de fundo que destaca a figura de cada homem; critério único; medida única, mediante a qual a grandeza de cada ser deve ser medida.  Esse engenhoso pano de fundo chama-se: educação, obra magnífica resultante da soma de fatores diversos. 






[1] Mas antes disso, as reuniões vinham acontecendo normalmente toda semana, às quartas-feiras.
[2] Esse texto – que sugue em anexo – (considerações sobre o ensino da filosofia), após ser entregue ao professor Almir, foi publicado na internet no meu blogger, onde está disponível em: http://filosofiaquantica.blogspot.com
[3] O supervisor das atividades do Nerval, professor Hermilton, é formado em Filosofia. Entretanto, há lugares em que aquele que ensina Filosofia não é formado na área.
[4] Seguem acostados a este relatório todos os trabalhos que foram feitos na universidade e na escola.

[5] Os itens: sinopse e indicação de cena dos filmes Matrix, Amnésia e Amarelo manga foram extraídos do livro DISCUTINDO TEXTOS FILOSÓFICOS, por meio do qual o SESC-PR, em união com a Universidade Federal do Paraná, objetivava apresentar e discutir os textos filosóficos referentes ao vestibular da UFPR ocorrido no final 2006.
[6] Sinopse disponível em: http://www.cinepop.com.br/filmes/fahrenheit.htm aceso em: 09 de junho de 2010







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