domingo, 8 de novembro de 2009

A AURORA DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA

A filosofia, como já é sabido, nasce na Grécia arcaica. Ela é, portanto, uma invenção dos gregos e resulta da superioridade deles em relação aos outros povos no que diz respeito ao uso da razão.
Ao se considerar a genialidade dos gregos, deve-se também levar em consideração outras condições relevantes, como por exemplo, as condições sócio-culturais, que tornaram possível o aparecimento da filosofia na Grécia. Inicialmente, a Grécia (que aqui convém chamar de Grécia pré-filosófica, isto é, antes da filosofia) caracterizava principalmente por ser uma sociedade aristocrática, agrícola e guerreira, cuja estrutura social era de uma coletividade dividida em duas classes: a nobreza e o povo. A primeira, que vivia despreocupada em tempo de paz, era a responsável pela condução do povo em tempo de guerra. A segunda dedicava-se exclusivamente à cultura e a criação de gado. Foi nessa sociedade, com essas características e estruturas, como já vimos, que surgiu a filosofia aproximadamente 2.550 anos atrás. Do ponto de vista da história, atribui-se a Tales de Mileto o privilégio de ter sido o primeiro filósofo da história, embora, não se conceba a ele a honra de ter sido o inventor do termo filosofia. Isso seria privilégio de Pitágoras que, em termos de cronologia, é posterior a Tales. Inicialmente, o problema da filosofia girava em torno da natureza. Daí a razão pela quais os primeiros filósofos “brigaram” acirradamente para estabelecer um principio único que fosse a origem, ou a casa de tudo. Cabe ressaltar que a maior disputa acontecida entre os primeiros filósofos se deu entre Heráclito e Parmênides. O primeiro defendia o devir, ou seja, a idéia de que tudo o que existe está em constante movimento. Já o segundo dizia que não existe movimento, porque o ser é uno e, portanto, não podendo ser dividido, fica impossibilitado de movimentar-se.
Para compreendermos melhor esse momento da filosofia em seu surgimento, é preciso notar que a própria filosofia antiga (grega) distingue-se em três grandes períodos: o primeiro deles se denomina pré-socrático, ou cosmológico que se inicia com Tales e termina com Sócrates. Esse período se chama pré-socrático não só por ter precedido Sócrates, mas também pelo fato de que nele veio a tona problemas que Sócrates não deu muita importância; O segundo período que denomina-se socrático é também chamado de antropológico. Nesse, que começa com Sócrates e termina com Aristóteles, as questões referentes à natureza "ficam de lado" para dar, assim, espaço aos problemas referentes ao homem e à moral e; por fim, o terceiro período chamado helenistico-romano, ou moral, que se inicial com as grandes correntes filosóficas tais como epicurismo, estoicismo, ceticismo, e neoplatonismo, e termina com o fim do império romano do ocidente.
De acordo com Aristóteles, a filosofia nasce da admiração da maravilha. Ela nasce quando contemplamos a totalidade de alguma coisa referente aos conceitos de homem, mundo e Deus. Vale lembrar que a filosofia mediante a utilização do método da justificação racional lógica, deseja oferecer uma explicação racional de tudo o que ela estuda. Na busca por tal êxito, ela se vale exclusivamente da razão, que é o seu instrumento primordial.
No que tange à mitologia, cabe ainda salientar que essa está na raiz da filosofia em se tratando dá sua gênesis, pois foi através de narrativas mitológicas que, inicialmente, os filósofos buscaram explicar os fenômenos que se sucediam no cosmo. Na cultura grega, os mitos classificavam-se em dois grupos: teogonia (que narrava o narrava o nascimento dos deuses) e; cosmogonia (que explicava de forma fantástica a origem do universo e dos fenômenos cósmico). Em síntese, o berço da filosofia grega foi a Jônia, localizada nas costas da Ásia menor (hoje, Turquia) com destaque às colônias de Mileto, Éfeso, Clazômena, Colofônia e Samos.

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