domingo, 8 de novembro de 2009

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRÍTICA DA RAZÃO PURA

Na crítica da razão pura, Kant mostra que o seu grande problema está voltado à questão do conhecimento, como ele se constitui e a partir de que. Essa obra (CRP) está estruturada da seguinte forma: divide-se em duas partes; a primeira intitula-se analítica transcendental, onde o autor responde à questão como são possíveis juízos sintéticos a priori na matemática. Na segunda, intitulada “dialética transcendental” ele responde à questão como são possíveis juízos sintéticos a priori na física. Essa segunda subdivide-se em outras duas. Em uma dessas subdivisões Kant, aprofundando a sua investigação sobre o conhecimento conclui pela impossibilidade de haver na metafísica juízos sintéticos a priori. Para fins de uma compreensão mais aperfeiçoada, convém, aqui, definir o que são juízos sintéticos: são aqueles em que o predicado acrescenta alguma coisa ao conceito do sujeito. Em Kant, os problemas da metafísica, são necessariamente problemas da razão. Esses problemas são, por exemplo, o mundo, Deus, a alma, etc. No real não existe nenhum objetos que corresponde a esses conceitos. Sendo assim, esses conceitos estão impossibilitados de uma experiência científica, e é justamente isso que faz com que inexistam juízos sintéticos a priori na metafísica, pois esses conceitos não têm como acrescentar algo no conhecimento do sujeito, uma vez que não possuem objetos. Ainda na CRP, em se tratando da lei moral, pautada no imperativo categórico, vemos que é ela que determina a vontade livre do sujeito. Agir virtuosamente, para Kant, é agir de acordo com o esse imperativo. Sendo assim, tal deve ser a nossa ação, uma vez que somos seres racionais e, portanto, jamais devemos agir pelas paixões. Em relação ao fenômeno e númeno, vemos a distinção que há entre ambos: o primeiro diz respeito àquilo que aparece, onde no ato de aparecer pode ser captados pelos sentidos, dando origem ao conhecimento a partir de bases empíricas. O segundo diz respeito àquilo que não podemos conhecer, visto que possuímos apenas intuições sensíveis. Mas o númeno não deixa que nos contentemos apenas com a experiência. Desse modo, ele só pode ser capitado a partir de um esforço da razão. Se o fenômeno é aquilo que aparece e se dá aos nossos sentidos, o númeno é aquilo que transcende tudo isso e se estende para além daquilo que aparece. Além da tentativa de resolução do impasse que há entre empirismo e racionalismo, Kant quer também traçar, na CRP os limites do conhecimento.

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