Num
passado remoto, onde nada existia o tudo se fazia presente. No princípio as
partes constavam no todo e o todo resultava da inextrincabilidade das partes.
No primeiro momento, o todo era o ente mais ínfimo presente no nada, um pequeno
ovo cósmico quente e denso que conjugava em si o tudo e o nada, o frio e o
calor, o ser e o não ser, a vida e a morte. No início, o nada era a base sobre
a qual esse ovo se apoiava. Um dia – não se sabe quando, não se conhece o
horário, não se sabe a razão – esse ovo veio a inflamar e uma grande explosão veio
a acontecer. Nascia assim o universo. Essa explosão lançou o ser no nada. O
nada, então, passou a ser consumido pelo ser, e ao ser consumido pelo ser o
nada passou a ser o que ainda não era. Para continuar sendo, o ser logo
precisou unir-se aos outros seres que se libertaram de sua existência
parasitária e se dispersaram no vácuo preenchendo o vazio eliminando o nada. Os
seres maiores e com mais força passaram a sobrepujar os menores. Como havia
muitos seres grandes, uma competição entre eles pela disputa dos seres menores
veio a ocorrer. Dessa contenda resultaram os primeiros sistemas do universo.
Nascia assim o universo protogaláctico, uma verdadeira sopa primordial formada
pelas inúmeras proto-galáxias no interior da qual se forjaram as primeiras
estrelas. Um campo de força existente entre as proto-galáxias desencadeou um
processo de fusão entre elas, o que deu origem as grandes galáxias, no interior
das quais se formaram outros sistemas como, por exemplo, o sistema solar na via
láctea composto de uma estrela, o sol, com um conjunto de planetas e demais
elementos celestes tais como meteoros e asteróides lhe orbitando. Dos resíduos
que sobraram da constituição do sol se formou a terra e nesta a vida humana se
tornou possível. Com a possibilidade da vida, que já estava dentro do ovo
cósmico que se firmava no nada, veio a possibilidade da morte e com esta o ser
retorna ao nada.
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