A
partir de uma análise do comunitarismo, poder-se-ia dizer que o seu ponto
central é a inexistência de um principio de universalidade. Isto equivale a
dizer que no comunitarismo – com algumas raras exceções – tudo é relativo. E a
comunidade é a referência frente a qual tudo se relativiza. Desse modo, “Os
comunitaristas [...] renovaram a tese da prioridade das valorações fortes, isto
é, aquilo que é bom para nós no sentido de uma eticidade da comunidade, caindo,
destarte, na aporia do relativismo-hostorismo.” (SIEBENEICHLER, 1997, p, 27). É
a partir dessa inexistência de universalidade que se seguem todas as outras
características. No comunitarismo, “as escolhas são condicionadas pelo
significado e interpretação que as comunidades outorgam aos bens. Talvez não
haja outros bens que os sociais e estes não são naturais mais culturais, pois,
incluem um significado dado pela comunidade.” (MACEDO, 1997, p. 48). Ou seja,
tudo o que existe numa comunidade e comporta valor, só existe e tem valor de
acordo com as interpretações feitas pela comunidade. No que diz respeito à
justiça, o comunitarismo parte do principio de que “os indivíduos só podem
escolher princípios significativos de justiça social quando estão ligados a uma
comunidade”. (Idem, p. 48). Em se tratando da distribuição dos bens, o
comunitarismo defende que para a distribuição de uma multiplicidade de bens
faz-se necessário uma multiplicidade de “critérios, procedimentos e agentes
distributivos” (Idem, p. 50). Isto significa que a distribuição dos bens leva
em conta uma analise da comunidade, ou seja, as necessidades reais da
comunidade. Diante do relativismo do comunitarismo, “a justiça se torna uma
construção humana e é duvidoso que possa ser feita de um único modo” (Idem, p.
51). Ou seja, “a justiça é relativa aos significados sociais” (Idem, p. 60).
Por que dizemos que no comunitarismo não há principio da universalidade? o que é esse principio?
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