Apel
é um clássico da escola de Frankfurt que integra a crítica operada por essa
escola à razão instrumental pautada na ciência e na técnica. Em sua análise dos
problemas filosóficos da contemporaneidade no que diz respeito a isso, Apel percebe
que há uma complementação entre uma coisa e outra. Isso se manifesta com mais
clareza na análise da relação entre ciência e técnica. Indo mais ao fundo, ele percebe
que a técnica industrial conduz a um problema universal na medida em que
abrange todos os seguimentos humanos. É nesse contexto que uma fundamentação da
ética parece como necessária, dado que a ciência e a técnica operam num campo universal.
A
complementaridade entre dois campos do conhecimento, quais sejam, o cientismo e
o existencialismo, também ajuda a entender melhor o conceito de complementaridade
em Apel. O existencialismo preza pelo conhecimento científico objetivo, enquanto
que o existencialismo centra-se nas decisões éticas subjetivas. A complementaridade
aqui se dá pelo fato de que a objetividade da ciência admite previamente o
pressuposto de uma comunidade de argumentação que, à sua vez, é subjetiva. É nesse
sentido que Apel fala de um princípio de complementaridade.
REFERÊNCIA
APEL, Karl-Otto. Estudos de moral moderna. Petrópolis: Vozes, 1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário