sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROGRAMA DE FILOSOFIA DE LIPMAN VOLTADO PARA O ENSINO DA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL


UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE FILOSOFIA 

Aluno: Fábio Coimbra
Disciplina: Metodologia do ensino em filosofia I
Profª. Judite


Falar do programa de filosofia para crianças de Lipman é sempre um desafio que requer, antes de tudo, o conhecimento do pensamento desse autor no que diz respeito à sua proposta para a educação das crianças. Vê-se, portanto, que há uma metodologia própria para isso. Como educador, Lipman se debruça sobre a formação das crianças – em se tratando da formação filosófica – partindo do princípio de que a eficiência desse processo pode está naquilo que ele vai chamar de comunidade de investigação. Que é uma espécie de comunidade formada de professores e alunos. O ideal é que nessa comunidade reina uma espécie de diálogo entre educadores e educandos onde os alunos são preparados com exclusividade para a atividade do pensar. Essa preparação se dá, sobretudo, com base no desenvolvimento do raciocínio lógico, do pensamento crítico, da criatividade, dentre outros aspectos. O ponto de partida para essa missão deve se dá mediante o aproveitamento das disposições naturais presentes nas crianças mediante as quais elas perguntam constantemente. A grande preocupação de Lipman e autores que buscaram fortalecer a grandeza do seu pensamento como, por exemplo, Lorieri, consiste em não perder de vista esse momento em que as crianças expressam sua curiosidade por meio das perguntas feitas a elas mesmas e às outras pessoas.
Alem de Lipman, outros nomes também relevam mencionar como, por exemplo, o historiador e psicólogo Carl Rogers, cuja proposta para a educação com crianças merece destaque, sobretudo, pelo fato de que


Valoriza técnicas de intervenção facilitadora e considera fundamentais atitudes como a de uma escuta sensível e congruência por parte dos educadores para que possam ajudar na evolução de um ser humano, que é essencialmente bom e ávido por conhecimento [1]


Observa-se uma semelhança entre o pensamento de Rogers e Lipman principalmente por prever a importância dos educadores no processo de crescimento dos alunos. Ainda em si tratando de Rogers,

Suas idéias, um importante contraponto às idéias comportamentalistas de B. F. Skinner, tornaram-se mais conhecidas no Brasil nos anos 70, principalmente a partir de grupos de estudos orientados pela educadora Rachel L. Rosenberg. É nessa época que Rogers dirige sua atenção de maneira prioritária à educação, propondo uma pedagogia que valoriza a experiência e é centrada no aluno. Acredita que o aluno aprende melhor, é mais criativo e capaz de solucionar problemas quando encontra um ambiente humano e de facilitação. [2]



Rogers, assim como Lipman, também volta a sua atenção para o aluno, e reconhece nele aquelas habilidades já ressaltadas por Lipman, como por exemplo, a criatividade.
Sem dúvida esse sistema proposto por Lipman tem contribuído muito para o ensino da filosofia na medida em que favorece um melhor aprendizado da própria filosofia por meio das técnicas e metodologias empregadas e adequadas para esse fim. Neste sentido se torna fundamental a aplicação de meios tecnológicos que de alguma forma se torne peça fundamental no processo de construção do conhecimento filosófico que é, ou deve ser, o conhecimento investigativo, ou seja, que conduz da teoria para a ação. Nesse sentido fazer filosofia é realizar um processo investigativo que seja crítico e pensar filosoficamente é pensar de forma reflexiva. Dado o caráter reflexivo da filosofia, torna-se fundamental a prática de debates, com os quais as crianças crescem consideravelmente. Cumpre ressaltar que o professor deve assumir como tarefa fundamental a arte de auxiliar o aluno a pensar por si próprio, o que, evidentemente, requer que o professor esteja bem fundamentado nas temáticas trabalhadas, tal como propõem Lorieri. Nesse sentido Lorieri se une a Lipman para comungar de suas magníficas e celebres idéias. Um ponto relevante que merece destaque – e que demonstra a comunhão entre Lorieri e Lipman – é quando o primeiro chama a atenção para o fato de que é preciso fomentar a necessidade dos alunos participarem ativamente na sala de aula, o que, obviamente se trata de um processo complicado. Daí a necessidade de se fazer trabalhos em grupo, em um primeiro momento, para que, num segundo momento, possa haver a troca de idéias que foram discutidas. 
Outra característica fundamental do pensamento de Lipman é o pensamento crítico, que é uma das formas de se pensar ordenadamente. Por meio do pensamento crítico, o individuo é convidado a avançar para alem daquilo que ele conhece, ou julga conhecer. É fundamental instigar as crianças para que sejam cuidadosas e críticas. Igualmente, é relevante explorar na criança a faculdade da imaginação.
Diante de tudo isso, é preciso ressaltar que a filosofia é uma disciplina que vai contribuir engenhosamente para o processo de formação do sujeito, e que o aluno, seja criança, ou não, deve ser chamado a fazer parte desse processo. É fundamental que o professor demonstre amor e gosto pelo que faz, pois, isso também ajuda no processo de participação dos alunos, isto é, faz com que ele seja participativo. É dessa forma que o pensamento, as proposta e teorias de Lipman vem contribuindo para o ensino da filosofia no ensino fundamental.  



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