Associados ao
meio do qual somos partes, e atrelados a uma gama de fatores que ocorrem
simultaneamente à nossa volta, vivemos na atual contemporaneidade um período
histórico marcado pelo aparecimento de inúmeros limites ambientais que na
prática representam esforços e tentativas de por certos freios a ação do homem
que é, como se sabe, agente devastador e responsável direto pelo desequilíbrio
que o meio ambiente vem sofrendo.
Convém precisar
que é dessa ação devastadora do homem sobre o meio ambiente que se origina
também a má qualidade de vida para muitos indivíduos que vivem em relação
direta com esse meio tal como, por exemplo, as populações ribeirinhas que –
dado os riscos de vida – estão em contato direto com o perigo, uma vez que –
para o suprimento de suas necessidades básicas – usufruem, dos rios poluídos, a
água, recurso fundamental à vida, e demais elementos. Daí a razão pela qual
pode-se dizer que o respeito ao meio ambiente soa como pré-requisito básico à
aquisição de certos níveis de qualidade de vida.
Dado que a ação
do homem sobre o meio ambiente é – muitas vezes – demandada por um sistema
[leia-se: o capitalismo] que busca a ferro e fogo obter riqueza e acumulação, e
que encontra nos recursos naturais um
meio relevante para o alcance de sua meta, um problema que aqui vem alume é
este: como conciliar qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e interesses
econômicos, ou cobiça de riqueza? Sem duvida esse é um grande problema a ser
pensado. Como hipótese à problemática aqui suscitada, poder-se-ia dizer que, em
muitos casos, os discursos advindos de certas instituições em prol de uma
melhora na qualidade de vida das pessoas não passam de meras e idiotas teorias
em tudo destituídas de relevância e sentido. Essas teorias nunca e jamais se
assentarão no âmbito de uma práxis transformadora. Isto porque esses discursos
são forjados no seio de instituições que estão mais preocupadas com suas
riquezas do que com o meio ambiente. Portanto, precisamos convir que na
sociedade capitalista, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente não passam
de discursos de fachada, ou ainda de um grande engenho retórico usado pelas
empresas que são mostradas pela mídia como ovelhinhas, mas que na pratica são
leões, ou lobos, devoradores do meio ambiente [a mata atlântica, a Amazônia, o
minério de ferro etc.] e do próprio homem.
Em suma,
pode-se dizer aqui, e com propriedade, que qualidade de vida está para muito
alem daquilo que muito se chama, mas, pouco se pratica, a saber, respeito ao
meio ambiente. É preciso considerar também outros fatores que vão do cárcere à
escola, do prostíbulo à igreja etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário