RESUMO
O presente paper trata do vários
aspectos ligados ao
pensamento econômico, busca relevar o desenvolvimento econômico em cada
momento
histórico, a
evolução do pensamento econômico variou por
estas vertentes científicas expostas neste trabalho, formando a economia
como a
conhecemos hoje, marcando os conceitos que fizeram desta ciência, uma
das mais
importantes para o desenvolvimento mundial.
Palavras-Chave: Economia Grega, Escravidão Clássica,
Economia Romana, Idade Média.
ABSTRACT
This paper deals with various aspects
related to economic thought,
search reveal the economic development in every historical moment, the
evolution of economic thought by these varied scientific aspects exposed
in
this work, forming the economy as we know it today, marking the concepts
that
made this science,
one of the most important in the
development worldwide.
1. INTRODUÇÃO
No campo do estudo da
economia, o período
que se estendeu da Antiguidade até meados do século XVIII se
caracterizou pela
ausência de um pensamento econômico independente e coerente. Mesmo nas
sociedades primitivas, os homens precisavam organizar-se em sociedade,
para
defender-se dos inimigos, abrigar-se e produzir comida para sobreviver. A
divisão do trabalho daí decorrente permitiu o desenvolvimento da espécie
humana
em comunidades cada vez maiores e mais bem estruturadas, Para os gregos,
a
Economia constituía apenas uma pequena parte da vida da cidade, onde se
desenrolava a vida política e filosófica, constituindo segundo eles os
verdadeiros valores do homem. Por essa razão, a obtenção de riqueza
constituía
um objetivo bastante secundário na vida dos cidadãos. Para eles, a
questão
primordial consistia na discussão acerca da repartição da riqueza entre
os
homens e não como ela se obtinha.
Entre os romanos o
pensamento econômico
estava ligado à política e ao aumento dos domínios nacionais. O espírito
imperialista dos romanos levou à expansão das trocas entre Roma e as
nações
conquistadas. A riqueza era sempre bem-vinda, o que se obtinha pela
dominação:
os povos conquistados eram obrigados a produzir os bens que os romanos
necessitavam consumir possuíam, portanto, um fim político e não
econômico.
Considera-se como Idade Média o período entre o desaparecimento do
Império
Romano do Ocidente, no ano de 476, e a queda de Constantinopla, tomada
pelos
turcos em 1453. Esse período caracteriza-se particularmente pela
pulverização
política dos territórios e por uma sociedade agrícola dividida entre uma
classe
nobre e uma classe servil, que se sujeitava à primeira. A economia
conhece um
retrocesso, principalmente entre os séculos V ao XI. Havia, portanto,
julgamentos de valor na conduta econômica, ou seja, a Filosofia e a
Teologia
dominavam o pensamento econômico. Foi mais tarde que o racionalismo e o
positivismo tomaram conta do pensamento econômico, já no século XVIII. O
empréstimo a juros era condenado pela Igreja, idéia que vem de Platão e
Aristóteles, pois contrariava a idéia de justiça nas trocas: o capital
reembolsado seria maior do que o capital emprestado. Por não serem
cristãos, os
judeus receberam permissão para emprestar a juro, razão pela qual se
explica a
sua predominância no setor financeiro, em muitos países.
2. Economia
Grega
A civilização grega foi profundamente
condicionada pelas particularidades geográficas: exigüidade de terras
férteis,
relevo bastante acidentado e península profundamente penetrada pelo mar.
Que os
gregos tenham se organizado politicamente, em cidades-Estados
independentes e
com um estado de permanente rivalidade entre si, e que sua economia
fosse,
desde cedo, orientada para a navegação e para o comércio exterior, foi
resultado natural dessas características geográficas, às quais se somam a
existência de inúmeros portos naturais, e de arquipélagos vizinhos à sua
costa.
Pode-se ver a economia grega marcada por três fases bem distintas de
evolução:
o período Arcaico, Clássico e Helenístico.
No período Arcaico a
economia grega
adquire seus traços básicos preponderância da produção de azeite e
vinho,
urbanização, monetarização e introdução da escravidão; originalmente a
economia
foi organizada como um sistema econômico rudimentar, que se baseava no
cultivo
de cereais e na criação de gado bovino, sob um regime comunal de
propriedade da
terra, dividida em clã ( ou genos),
compostas por homens livres, e complementando suas necessidades através
da
guerra e da pirataria. As tendências desenvolvidas durante o período
arcaico,
cristalizaram-se na fase clássica, levando a economia grega a seu
período de
maior prosperidade, e tornando a escravidão a forma de trabalho padrão; a
grande prosperidade econômica que as cidades-Estados grega usufruíram
durante
essa época, não produziu mudanças significativas na esfera da produção, a
técnica continuou rudimentar, e a base da economia como um todo
permaneceu
sendo a produção de azeite e vinho, enquanto a difusão da escravidão fez
com
que mesmo os pequenos proprietários agrícolas passassem a utilizar
regularmente
o trabalho de escravos.
A escravidão possuía três
fontes: o
nascimento, a condenação judicial por inadimplência e principalmente a
guerra.
A ausência de um estado unificado grego, fazia da guerra externa uma
rotina,
esse estado de guerra constante tornou-se a principal fonte abastecedora
da
escravidão grega, e enquanto permitiu que o preço dos escravos se
mantivesse
baixo, estimulou também uma atividade comercial especifica e paralela
dedicada
ao tráfico de escravos, procedentes principalmente da Trácia, Frígia e
Síria.
A produção manufatura grega compunha-se
predominantemente de tecidos, cerâmicas, mobílias, armas, objetos de
vidro e
utensílios de metal. A demanda sendo limitada em razão mesmo do
crescente
avanço da escravidão e as distâncias, mais que a divisão social do
trabalho,
fixando, em última análise, os custos da produção,houve um natural
impedimento
para a constituição de conglomerados manufatureiros. O transportes
passou a ser
feito quase exclusivamente por via marítima, infinitamente mais barato
que por
rotas terrestres. Atenas, bem como Corinto e Mileto, importava mais do
que
exportava, devendo cobrir o déficit de sua balança comercial, com moedas
de
prata. Dado o volume do comércio, isso contribuiu para o rápido
desenvolvimento
de uma economia monetária, por todas as regiões costeiras do
Mediterrâneo
Centro-Oreintal.
A permanente rivalidade entre as
cidades-Estados gregas, sobretudo a Guerra do Peloponeso, que opôs
Atenas e seu
império marítimo a Esparta e suas aliadas, inaugurou um período de
fugazes
tentativas de diversas cidades-Estados imporem-se hegemonicamente sobre o
território grego esse período conhecido como Helenístico (finais do
século IV –
meados – do II a.c), acabou por permitir que a Grécia continental fosse
dominada pela Macedônia, região até então periférica ao universo grego.
Este
mundo helenístico, embora dividido politicamente, conservou uma unidade
cultural e acarretou um grande alargamento do espaço econômico grego,
levando a
uma ampliação dos mercados e incentivando a atividade comercial; por sua
vez
isso incentivou os setores produtivos para um considerável crescimento
quantitativo.
As cidades foram fundadas às dezenas,
para permitir a fixação de centros econômicos destinados a melhor
canalizar as
riquezas dos territórios recém-conquistados. Ali o uso do trabalho
escravo
adquiriu rapidamente um caráter predominante, tanto em atividades
manufatureiras de iniciativa privada, como no âmbito do Estado. A
principal
característica da economia helenística foi a adaptação da centralização
econômica-administrativa das civilizações hidráulicas, a um sistema
eminentemente
comercial, produzindo uma nova forma econômica de dirigismo estatal,
que se estendeu até mesmo a áreas que nunca
conheceram Estados intervencionistas, como os Reinos de Pérgano e da
Macedônia.
Naturalmente, esta interferência estatal em todos os setores da
atividade
econômica foi acompanhada pela criação de uma numerosa burocracia
composta por
homens livres, que se constituiu em um poderoso instrumento de dominação
social, fenômeno que esteve completamente ausente na Grécia clássica. E
esta
burocracia estatal assalariada, presente em uma economia comercial e
bastante
monetarizada, foi importante fator para impulsionar ainda mais sua
característica mercantil e monetária. O monetarismo grego baseado nas
moedas de
prata foi substituído por um sistema bimetálico de ouro e prata, ao
mesmo tempo
em que a abendancia de capitais pode manter a taxa de juros
relativamente
baixa, por quase todo o período helenístico e contribuiu primordialmente
para o
desenvolvimento de seu sistema econômico.
Roma deu unidade político-econômica à
Antiguidade Clássica, e tornou predominante um sistema econômico que
tinha por
característica, a escravidão como forma de trabalho, a monetarização
como
padrão de troca, o comércio como atividade motora, e a cidade como
unidade
produtiva, sem no entanto, jamais deixar de ter como base, um substrato
econômico rural. A principal fonte de riqueza romana foi a
comercialização do
sal, extraído de áreas circunvizinhas, e que foi usado como unidade
padrão para
as trocas comerciais, dando origem às palavras salários e assalariados.
Ao se lançar como potencia
imperialista o
estado romano recebeu um afluxo de capitais sem precedentes na história;
saques, indenizações pagas pelos povos submetidos, impostos regularmente
cobrados nas províncias, e a exploração de jazidas minerais, canalizaram
para a
península Itálica imensos volumes de capital, transformando Roma no mais
importante centro financeiro da época.
Essa repentina expansão dos
estoques de
metais preciosos, além de gerar uma inflação de demanda, consolidou uma
economia monetária bimetalica (ouro e prata ), permitindo o aparecimento
de um
sistema bancário, tanto privado como público, e o desenvolvimento de
sociedade
por ações para a exploração dos recursos econômicos provinciais. O
fortalecimento de uma economia monetária, mais o alargamento do espaço
econômico romano com o domínio das regiões helenísticas, permitiu que o
sistema
econômico romano reproduzisse, em uma escala muito ampliada, a
especialidade
produtiva regional ou divisão internacional do trabalho, que a economia
grega
estabelecera desde o processo de colonização dos séculos VIII-VI a.c.
dessa
forma, o trigo era fornecido pela Sicilia, África do Norte e Egito; o
vinho e o
azeite , pela Itália e Grécia; os minérios, pela península Ibérica; o
gado ,
pela Itália e Ásia Menor; e os manufaturados, pela Gália e Síria. A
produtividade da economia romana como um todo, pôde alcançar um grande
crescimento, pois as diferentes regiões do Império não competiam entre
si, mas
se especializaram na produção dos artigos mais propícios às suas
condições
específicas.
Devido os recursos serem levados e
distribuídos entre os cidadãos romanos em pouco tempo a simples condição
de
cidadão romano garante ou a sobrevivência na ociosidade, ou a acumulação
de
imensas fortunas pessoais, pelo exercício de cargos administrativos nas
provinciais. A esse estimulo a ociosidade, aliou-se a destruição física
do que
fora, até o século III a.c. , a base militar-administrativa-econômica do
estado
romano: o campesinato italiano. Os pequenos e médios proprietários
rurais eram
obrigados a ficar longos anos distantes de suas terras, empenhados em
intermináveis guerras de conquistas. As guerras de conquistas
proporcionaram um
constante suprimento de mão-de-obra escrava, e em tal volume, que seu
preço
manteve-se extremamente baixo; o que fez com que em finais do século I
a.c, sua
população apresentar três escravos para cada cinco homens livres.
Como a predominância da
escravidão
impedia que os homens livres se dedicassem ao trabalho manual, essas
crescentes
massas humanas. Que incharam as cidades romanas, tiveram que ser
mantidas por
donativos dos cidadãos mais ricos, ou diretamente pelo Estado.
No afã de assegurar a
continuidade do
funcionamento regular dos serviços essenciais, acabou por criar um
sistema
econômico exclusivamente baseado em um dirigismo
estatal; onde os artesãos e comerciantes eram obrigados a se
inscreverem em
corporações de ofícios, onde, em troca da licença do exercício de suas
atividades profissionais, deviam prestar serviços gratuitos ao estado;
todos os
que cultivavam a terra eram indissoluvelmente ligados a ela, conservando
sua
condição teórica de livres, mas não podendo abandoná-la, mesmo em caso
de venda
da propriedade, sistema denominado colonato.
O Estado passa a receber seus impostos em espécie, e a remunerar
seus
funcionários da mesma forma, tanto da produção urbana e da circulação de
mercadorias, como da produção agrícola, sujeita a um imposto de
captação; a
hereditariedade das funções profissionais é estabelecidas de forma
permanente
por todo o império.
A parte Ocidental do império Romano
sofrera de forma irreversível os efeitos da crise escravagista, o que
fez com
que as classes mais abastardas abandonassem as cidades e refugiassem em
suas
propriedades rurais ou mudassem para centos urbanos da parte Oriental
que
puderam suportar as novas exigências do Estado.
4.
O
pensamento econômico na Idade média
A Idade média (Século V a
XIV) se
caracteriza por dois períodos distintos: o primeiro, do século V ao XI é
marcado pelo obscurantismo no campo das idéias e pelo declínio das
atividades
econômicas (esta última os economistas chamam de grande período de
estagnação).
As invasões bárbaras fazem desaparecer a economia antiga e o feudalismo
cria,
com o fracionamento político, a fragmentação econômica. Ao longo desse
período
a economia se regionaliza em torno dos castelos feudais e as atividades
econômicas se restringem à produção rural de subsistência e as trocas
tornam-se
insignificantes.
No
segundo período (século XII a XIV) devido à forte ação da igreja e da
realeza
sobre os senhores feudais a partir do século XI, com propósitos de
restabelecer
a ordem social e política, as cidades “despertam” e ressurgem as
atividades
comerciais, que se intensificam a partir do século XII. Com o
crescimento e
enriquecimento das cidades, se desenvolve a burguesia e a classe
trabalhadora
se liberta do jugo do banditismo e dos senhores feudais. Com o
surgimento das
famosas feiras comerciais, o comércio adquire impulso e se torna
inter-regional.
O
pensamento econômico a partir do século XI, sob a poderosa influência de
teólogos, canonistas e moralistas, representados por Santo Anselmo
(1033-1109):
Santo Tomás de Aquino (1226-1274); Nicole Orésme (... – 1382) e Johan
Buridan
(1364-1429) entre outros, se assenta em dois princípios: o princípio da
Moderação, que domina a concepção
medieval de propriedade e o princípio de equilíbrio que gira em torno da
justiça e subordina o pensamento econômico à moral.
O
princípio da Moderação se assenta, primeiro nos argumentos de ordem
individualista que, por um lado, reconhece a propriedade privada como
direito
natural do homem, por outro lado, impõem deveres ao proprietário por
ter, a
propriedade, uma função social. Por esta razão deve-se impedir ao
proprietário
que abuse dos seus poderes em detrimento da coletividade. Os excessos de
fortuna individuais eram condenados por ofender a moral e por privar a
maioria
da população dos bens necessários à sua subsistência. Este princípio que
reconhece o direito à propriedade privada reconhece, também, a
desigualdade de
condições dela resultante. Porém, essa desigualdade jamais deveria ser
levada a
extremos; teria de ser igualmente moderada. Admite-se, ainda, que certos
bens
de interesse geral, como estradas, leitos de rios navegáveis, etc.
escapariam à
apropriação privada.
O
princípio de equilíbrio que subordinava o pensamento econômico à moral
buscava
a justiça no sistema de trocas, através de um “equilíbrio” entre os
interesses em jogo.
Nesse sentido,
os preços praticados nas trocas teriam que ser preços justos,
aplicando-se,
igualmente, na determinação do lucro. Essa noção de preço justo tinha
dois
pontos de vista: o econômico e o moral, de forma que o preço justo a ser
praticado seria aquele bastante baixo que permitisse ao consumidor
comprar sem
ser extorquido e, suficientemente elevado, para que o vendedor tivesse
interesse em vender e lhe garantisse viver de maneira decente.
Essa
noção de preço justo é, também, aplicada ao “salário”, remuneração em
troca de
trabalho prestado, devendo permitir ao trabalhador e sua família viver
de
acordo com os costumes locais e tradições de sua classe. À época, os
salários
eram fixados pelas corporações e se constituía na fixação máxima, objeto
de regulamentação
oficial (diferentemente do salário mínimo fixado em nossos dias).
O duplo ponto de vista do preço
justo (econômico e moral) leva os
pensadores da época a buscarem uma base para o valor. Embora de forma
vaga,
fazem ligações dos preços com a utilidade das mercadorias e os explicam:
1)
pelas necessidades das pessoas em adquiri-las; e 2) pela sua raridade.
5.
CONCLUSÃO
Conclui-se que dentre os períodos
históricos aqui citados, há uma ampla variedade de mudanças nas técnicas
e
métodos de produção, as mudanças são construídas de forma objetiva, ou
seja,
ocorrem com o intuito de satisfazer as necessidades humanas, os
raciocínios
econômicos adotam características organizacionais no que diz respeito à
produção, lucro, preço, mão–de–obra, intervenções governamentais, enfim,
a
evolução econômica é alcançada tendo como base tais pensamentos
econômicos.
.
REFERÊNCIAS
REZENDE, Cyro. História
Econômica Geral. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2003.
MAURICE, Dobb. A evolução do
capitalismo. ed. 9. Rio de Janeiro: zahar, 1983.
[1] Graduando em Direito pela Faculdade de Ciências humanas e Sociais Aplicadas - Faculdade São Luis
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