UNIVERSIDADE
FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO
DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO
DE FILOSOFIA
Aluno:
Fábio Coimbra
Disciplina:
Metodologia do ensino em filosofia I
Profª.
Judite
Falar
do programa de filosofia para crianças de Lipman é sempre um desafio que requer,
antes de tudo, o conhecimento do pensamento desse autor no que diz respeito à sua
proposta para a educação das crianças. Vê-se, portanto, que há uma metodologia
própria para isso. Como educador, Lipman se debruça sobre a formação das
crianças – em se tratando da formação filosófica – partindo do princípio de que
a eficiência desse processo pode está naquilo que ele vai chamar de comunidade
de investigação. Que é uma espécie de comunidade formada de professores e
alunos. O ideal é que nessa comunidade reina uma espécie de diálogo entre
educadores e educandos onde os alunos são preparados com exclusividade para a
atividade do pensar. Essa preparação se dá, sobretudo, com base no
desenvolvimento do raciocínio lógico, do pensamento crítico, da criatividade,
dentre outros aspectos. O ponto de partida para essa missão deve se dá mediante
o aproveitamento das disposições naturais presentes nas crianças mediante as
quais elas perguntam constantemente. A grande preocupação de Lipman e autores
que buscaram fortalecer a grandeza do seu pensamento como, por exemplo,
Lorieri, consiste em não perder de vista esse momento em que as crianças
expressam sua curiosidade por meio das perguntas feitas a elas mesmas e às
outras pessoas.
Alem
de Lipman, outros nomes também relevam mencionar como, por exemplo, o historiador
e psicólogo Carl Rogers, cuja proposta para a educação com crianças merece
destaque, sobretudo, pelo fato de que
Valoriza técnicas de intervenção facilitadora e considera
fundamentais atitudes como a de uma escuta sensível e congruência por parte dos
educadores para que possam ajudar na evolução de um ser humano, que é
essencialmente bom e ávido por conhecimento [1]
Observa-se
uma semelhança entre o pensamento de Rogers e Lipman principalmente por prever
a importância dos educadores no processo de crescimento dos alunos. Ainda em si
tratando de Rogers,
Suas idéias, um importante contraponto às idéias comportamentalistas
de B. F. Skinner, tornaram-se mais conhecidas no Brasil nos anos 70,
principalmente a partir de grupos de estudos orientados pela educadora Rachel
L. Rosenberg. É nessa época que Rogers dirige sua atenção de maneira
prioritária à educação, propondo uma pedagogia que valoriza a experiência e é
centrada no aluno. Acredita que o aluno aprende melhor, é mais criativo e capaz
de solucionar problemas quando encontra um ambiente humano e de facilitação. [2]
Rogers,
assim como Lipman, também volta a sua atenção para o aluno, e reconhece nele
aquelas habilidades já ressaltadas por Lipman, como por exemplo, a
criatividade.
Sem
dúvida esse sistema proposto por Lipman tem contribuído muito para o ensino da
filosofia na medida em que favorece um melhor aprendizado da própria filosofia
por meio das técnicas e metodologias empregadas e adequadas para esse fim.
Neste sentido se torna fundamental a aplicação de meios tecnológicos que de
alguma forma se torne peça fundamental no processo de construção do conhecimento
filosófico que é, ou deve ser, o conhecimento investigativo, ou seja, que
conduz da teoria para a ação. Nesse sentido fazer filosofia é realizar um
processo investigativo que seja crítico e pensar filosoficamente é pensar de
forma reflexiva. Dado o caráter reflexivo da filosofia, torna-se fundamental a
prática de debates, com os quais as crianças crescem consideravelmente. Cumpre
ressaltar que o professor deve assumir como tarefa fundamental a arte de
auxiliar o aluno a pensar por si próprio, o que, evidentemente, requer que o
professor esteja bem fundamentado nas temáticas trabalhadas, tal como propõem
Lorieri. Nesse sentido Lorieri se une a Lipman para comungar de suas magníficas
e celebres idéias. Um ponto relevante que merece destaque – e que demonstra a
comunhão entre Lorieri e Lipman – é quando o primeiro chama a atenção para o
fato de que é preciso fomentar a necessidade dos alunos participarem ativamente
na sala de aula, o que, obviamente se trata de um processo complicado. Daí a
necessidade de se fazer trabalhos em grupo, em um primeiro momento, para que,
num segundo momento, possa haver a troca de idéias que foram discutidas.
Outra
característica fundamental do pensamento de Lipman é o pensamento crítico, que
é uma das formas de se pensar ordenadamente. Por meio do pensamento crítico, o
individuo é convidado a avançar para alem daquilo que ele conhece, ou julga
conhecer. É fundamental instigar as crianças para que sejam cuidadosas e
críticas. Igualmente, é relevante explorar na criança a faculdade da
imaginação.
Diante
de tudo isso, é preciso ressaltar que a filosofia é uma disciplina que vai
contribuir engenhosamente para o processo de formação do sujeito, e que o
aluno, seja criança, ou não, deve ser chamado a fazer parte desse processo. É
fundamental que o professor demonstre amor e gosto pelo que faz, pois, isso
também ajuda no processo de participação dos alunos, isto é, faz com que ele
seja participativo. É dessa forma que o pensamento, as proposta e teorias de
Lipman vem contribuindo para o ensino da filosofia no ensino fundamental.
Acesso
em: 03-01-2011
Acesso
em: 03-01-2011
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