1 INTRODUÇÃO
A pesquisa em questão
discute o contexto da globalização atual sob o olhar crítico do geógrafo
brasileiro Milton Santos a partir de sua obra intitulada Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.
Para fins de enriquecimento
do debate, procuraremos – no decorrer da pesquisa – estabelecer um diálogo,
relativamente ao assunto em questão, entre o geógrafo e dois economistas, que
são o norte americano Joseph E. Stiglitz e o indiano Amartya Sen.
O objetivo desta pesquisa
consiste em analisar a crítica de Milton Santos ao atual modelo de globalização,
bem como a sua proposta de uma globalização nova. Buscaremos ver em quais aspectos
uma se diferencia da outra e sob quais circunstâncias isso é possível.
Visando a uma concatenação
consistente das ideias a serem apresentadas e defendidas, dividiremos a pesquisa
em três partes. A primeira destina-se a analisar a crítica de Milton à ideia de
globalização fazendo algumas interlocuções com Stiglitz. Em um tópico
específico, abordaremos a questão do ceticismo no que diz respeito à ideia de
globalização. A segunda parte, à sua vez, discute as possibilidades de uma nova
globalização considerando que a globalização atual se encontra em um avançado
estágio de evolução. Por fim, na terceira, e ultima parte, traz-se para o
debate o filósofo e economista Amartya Sen, procurando colher suas
contribuições a partir de algumas ideias presentes em suas obras.
2 CRÍTICA À IDEIA
ATUAL DE GLOBALIZAÇÃO E PROPOSTA DE UMA GLOBALIZAÇÃO NOVA
Globalização é um tema a
propósito do qual muito tem se debatido nos dias atuais. Para alguns teóricos
trata-se de uma ideia controversa que teria fracassado ao não cumprir a
promessa de melhorar o mundo. Um dos teóricos que toma partido na defesa dessa
tese chama-se Joseph E. Stiglitz, economista norte americano que, em sua obra Globalization and its discontent, busca
mostrar que “a globalização não resultou nos benefícios econômicos prometidos
para algumas nações mais pobre do mundo”. Uma das ideias-chaves defendidas por
Stiglitz é a de que “o compromisso do Banco Mundial e do FMI com os mercados
livres como ideologia levou a muitos erros, em alguns casos drásticos, à custa
dos pobres”. O que se destaca nesse contexto é uma certa negligência que houve,
por parte das instituições financeiras, na promoção da melhoria da condição de
vida dos mais pobres, sobre os quais teria caído o peso da globalização
excludente e perversa.
A origem da perversidade
desse modelo de globalização, a nosso ver, reside num problema de natureza
ética e moral. Tudo começa quando a busca de lucro se impõe visando ao
benefício das grandes instituições financeiras, bem como ao das grandes
empresas multinacionais. Consequentemente, deixa-se de lado o outro, o ser. E nesse sentido surge o problema
ético. Pois a Ética pressupõe o outro e as boas maneiras de cuidar desse outro.
Num mundo onde a preocupação
com a busca de riqueza ocupa o centro da preocupações, o homem acaba por ficar
de fora não só da atenção, como também dos caminhos que levam ao gozo dos
benefícios do mundo globalizado. Nesse contexto, é mister perguntar quem é esse
homem que está fora dos benefícios da globalização. Esse questionamento é
interessante pelo fato de que não podemos esquecer que há aí uma parcela de
homens que se beneficiam em cima do prejuízo dos outros. Podemos afirmar que os
beneficiários constituem uma pequena parcela mundial, enquanto os excluídos
desse processo constituem a maioria: um imenso aglomerado de homens, mulheres e
crianças, desempregados, mendigos e famintos que se vê por todos os lados,
sobretudo nos países mais pobres, como é o caso de muitos países da África e da
America Latina.
Outra ideia-chave defendida
por Stiglitz, e que aqui chama muito a atenção, é a de que “o problema não é a
globalização em si, mas a maneira como está sendo promovida e administrada”. Por
esse ponto de vista, a tese em questão não é a da supressão da ideia de globalização,
mas, sim, a de redimensionar a sua administração. Entretanto, os diferentes
interesses que dão movimento a essa ideia fazem com que ela apareça como uma má
ideia, ou simplesmente como uma ideia perversa, fracassada, tal como pretende
Milton Santos. Assim, o que está se questionando é, sobretudo, o modo como a
globalização tem sido conduzida pelas instituições financeiras e pelas multinacionais.
É exatamente a maneira como ela atualmente é conduzida por essas instituições que
fazem com que – ao não se promover uma melhoria dos desprivilegiados social e
economicamente – ela se torne uma ideia falsa e contraditória ao não efetivar
na prática um discurso que em tese é defendido. Daí resulta, por parte de
alguns teóricos, um certo ceticismo com relação à ideia de globalização.
2.2
Fundamentos do ceticismo quanto à ideia de globalização
O ceticismo dos céticos com
relação à ideia de globalização é reforçado com a realidade que atualmente se
vê por todos os lados: fome, miséria, pobreza, dentre outros, que diariamente
leva à morte milhares de pessoas por todo o mundo. Mesmo nos países mais ricos,
há aqueles que são excluídos dos benefícios da prestação dos serviços básicos,
como, por exemplo, os afro-americanos nos Estados Unidos, tal como mostra
Amartya Sen em sua obra Desenvolvimento
como liberdade. O que fica claro nas analises do atual estágio da
globalização, é que não há, de fato, uma preocupação em se promover a melhoria
daqueles que vivem em condições de vida miserável.
Uma terceira ideia-chave
apregoada na teoria de Stiglitz é a de que “se pudermos superar a
inflexibilidade ideológica e os poderosos interesses das instituições
multilaterais e multinacionais do ocidente, a globalização poderá trazer
benefícios para todos”. Nesse contexto, coloca-se um grande desafio, que é o da
reversão dessa situação. A questão interessante ai consiste em saber se, de
fato, essa é uma ação possível, considerando o grau de complexidade que permeia
a fase atual da globalização, bem como o avançado estágio do capitalismo
moderno enquanto sistema que a tudo busca controlar.
Redimensionar os modos de
condução e administração da globalização atual significa, em primeiro, lugar
trazer o homem para o centro das atenções, buscando observar – e suprimir por
meio de boas ações – a totalidade de suas necessidades para que ele tenha uma
vida mais digna de ser vivida, uma vida melhor.
Esse, de fato, é um grande
desafio, haja vista implicar para as instituições financeiras e para as
multinacionais, preocupadas com a aquisição e acumulação de riqueza, um
abandono do projeto que ocupa o centro das discussões pela adotação de um novo
projeto, voltado mais para a efetivação da dignidade humana do que para a busca
de riqueza. A busca de riqueza, tal como se configura atualmente, é um
desdobramento do capitalismo moderno que, em sua essência, constitui um fator
de degradação da condição humana. O capitalismo é um animal selvagem devorador
de tudo quanto lhe parecer fonte de riqueza e lucro.
3 A POSSIBILIDADE DE
UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO
“Todavia, podemos
pensar na construção de um outro mundo,
mediante uma globalização mais humana”. (Milton Santos)
Na esteira da possibilidade
de uma outra globalização enquanto permeada por valores éticos e morais é que
se destaca o pensamento do geógrafo brasileiro Milton Santos relativamente no
que diz respeito a sua obra intitulada Por
uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Essa
obra é um clássico do pensamento crítico à ideia de globalização e traz a
relevo aquilo que seria o seu fracasso. Ao mesmo tempo, aponta para a
possibilidade de se construir um novo mundo globalizado onde não mais imperem
os modos de administração que caracterizam a globalização atual. Nesse
contexto, ele fala, então, da existência de pelo menos três mundos, dos quais o
terceiro é o mais relevante: a construção da nova globalização.
De fato, se
desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e
não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos
considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o
mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o
mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo
como ele pode ser: uma outra globalização. [1]
Ao contrario da perversidade[2]
que caracteriza a atual fase da globalização voltada para a construção de um
espaço unipolar de dominação, Milton Santos “trata da globalização como um
espaço aberto ao futuro de uma nova civilização planetária”. Nessa perspectiva,
parece-nos, a tese central não e a de suprimir a ideia de globalização, mas,
sim, a de reverter a sua atual configuração; seu atual modelo e o seu centro de
comando que, nos nossos dias, é liderado pelo Banco Mundial, o FMI e demais
instituições financeiras, bem como as multinacionais, como, por exemplo, a
Nike.
Um mercado
avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta
quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de
uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos
unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente
universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. [3]
Milton Santos entende que esse
modelo atual da globalização, ao priorizar o mercado, não dá atenção aos pobres,
não faz nada para resolver os problemas da fome que diariamente mata milhares
de pessoas no mundo, não tem preocupações com as culturas locais, não trata com
respeito os países do terceiro mundo. E tudo isso é tramado por essas agências
e disseminado pela mídia, que muito pouco faz pelas pessoas das classes mais
baixas. Essa mídia também tem o poder de manipular e criar uma falsa
consciência, bem como um falso conhecimento a cerca dos acontecimentos, dos
fatos e do mundo. Pois, tudo o que é transmitido pela mídia é selecionado de
acordo com os interesses que estão por traz das grandes empresas que detém o
poder de controlar a informação, já que as mídias pertencem a determinados
grupos. Essa cultura midiática se constitui como contraponto à cultura popular,
que surge a partir da criatividade e invenções dos grupos humanos e das
comunidades, e que norteia e dá sentido à suas vidas no processo de sua
existência.
A cultura de massa, imposta
pela mídia busca suprimir as culturais locais em benefício de uma cultura
planetária que só aparentemente está preocupada com a conservação das culturas tradicionais.
Só aparentemente a cultura midiática se preocupa com os interesses de todos,
quando na verdade, o que está em jogo aí é uma promoção dos interesses da
minoria rica em detrimento do interesse da maioria pobre e oprimida. Há, nesse
contexto, um processo de alienação que só pode ser rompido com a práxis e o grito
dos oprimidos por liberdade e, consequentemente, a junção de suas forças agindo
contra um sistema que a tudo busca controlar, manipular e dominar. Somente a
união dos de baixo e sua revolta contra os opressores, os de cima, mudarão o
curso da historia e o sentido da vida e da existência, onde não mais
prevalecerão os valores mercantis, mas, sim, a solidariedade humana, o respeito
para com o outro, os valores éticos, morais e culturais, e, por fim, a
cidadania.
Somente a substituição do
atual modelo de globalização que coloca o dinheiro no centro das atenções, por
uma outra que, ao invés do dinheiro, coloca no centro no homem, enquanto ser
humano, pensante, racional, dotado de necessidade reaias básicas como moradia e
alimentação – somente esse novo modelo poderá lançar as bases para a construção
de uma sociedade mais justa, abrindo assim o caminho para a construção de uma
“nova civilização planetária”. Chegaríamos, desse modo, a um outro conceito de
história pautado na efetivação dos interesses comuns da humanidade e não mais
nos dos dominadores.
4 CONTRIBUIÇÕES DE
AMARTYA SEN
Assim como Milton Santos,
Amartya Sen, filósofo e economista indiano, também traz suas contribuições para
a construção de um novo mundo, no qual seja o homem, e não a busca de riqueza,
o centro da atenção do mundo. Para Sen, a nosso ver, as calamidades sociais que
vemos hoje se devem a muitos fatores, dentre os quais destacar-se-ia o
rompimento entre ética e economia no início dos tempos modernos. Com essa
cisão, a economia se volta para o mercado. A ética, à sua vez, fica nas
laterais das discussões econômicas. O desenvolvimento do capitalismo teria
deixado de lado as preocupações e reflexões sobre a ética, colocando assim no
centro das discussões as questões relativas à economia. Assim, o homem teria
saído de cena e ficado em segundo plano. Ao discorrer sobre a temática do
desenvolvimento, Sen, assim, como Milton Santos, é motivado também pela ideia
de trazer o homem para o centro das atenções.
Entendemos que para Sen, o
primeiro passo para isso consistira na restituição dos laços entre ética e
economia. Assim, partindo do princípio de que houve um rompimento na relação
entre ética e economia, ele mostra como o rompimento entre ambas diminui a abordagem
da ética nas discussões econômicas no contexto da economia moderna. Sen
argumenta que “é correto afirmar que um contato mais próximo entre ética e
economia, pode ser benéfico não apenas para a economia, mas até mesmo para a
ética”. [4]
Na sua obra intitulada Sobre ética e economia, Sen chama a
atenção especialmente para essa cisão que houve entre essas duas categorias. Ele
entende que dessa cisão só resultaram malefícios para a humanidade. E, nesse
contexto, o seu pensamento mantém certa aproximação com o do geógrafo
brasileiro. Pois, ambos vão tentar mostrar os caminhos capazes de conduzir à
construção de um novo mundo que seja mais humano. O que caracteriza esse novo
projeto de humanidade e de globalização é o deslocamento do homem periferia das
atenções para o centro das mesmas. O objetivo é, parece-nos, a construção de
uma sociedade na qual sejam os valores éticos, morais e culturais os
norteadores da justiça e não mais a atitude autoritária e desenfreada dos
opressores sobre os oprimidos fazendo, destes, escravos a seu serviço.
Sen e Milton santos vão,
então, propor em contextos geográficos diferentes (Sen na Índia, e Milton, no
Brasil) saídas para os problemas que atualmente mais afligem a humanidade como,
por exemplo, pobreza e fome. Sen vai propor a harmonia entre ética e economia
como sendo um dos requisitos para a construção de uma nova sociedade.
Milton Santos, à sua vez,
vai então propor um novo modelo de globalização no qual se dê voz ao outro, que se atenda às suas
necessidades, que se respeitem os seus direitos, sua dignidade, e que, acima de
tudo, se privilegie a ética e a responsabilidade moral. Em contrapartida, é mister desconstruir os
meios que contribuem para a unipolarização do domínio dos poucos privilegiados
sobre os muitos desprivilegiado que vivem à margem da sociedade, tratados
muitas vezes como bichos, ao invés de como pessoas, portadoras de valores.
5 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Ética e moral são duas
palavras-chave indispensáveis à construção de uma nova sociedade onde vigore a
justiça, a fraternidade, o respeito e a dignidade do outro. De fato, se
quisermos construir uma sociedade justa é para o outro, o ser, que devemos dirigir nosso olhar, nossa atenção, e não
necessariamente para o mandamento das normas, que, muitas vezes, estão aí
apenas para garantir os interesses dos grupos privilegiados social e
economicamente.
O mundo no qual vivemos
caracteriza-se, também, pela crueldade com que pessoas pobres são tratadas.
Vivemos num mundo onde a ética é uma palavra quase em extinção. Não se respeita
e nem se promove os de baixo. Pelo contrario, busca-se, a ferro e fogo,
explorar e sugar tudo o que ainda lhes resta.
O capitalismo, que define-se
também por ser uma busca desenfreada por riqueza, se constituiu modernamente
como o maior inimigo da promoção dos valores éticos, morais e culturais da
humanidade. Nele, todos os valores são relativizados com vista à obtenção de
lucro. A esse mundo dá-se também o nome de mundo globalizado, donde a palavra
globalização quer significar uma espécie de sistema mundial que abarca a tudo e
a todos. O que vale, acima de tudo, é o dinheiro. Assim, as pessoas ficam em
segundo lugar. Há, portanto, na base desse mundo globalizado um processo de
injustiça que perpassa consideravelmente a vida moderna. Para essa injustiça
contribuem tantos as instituições jurídicas, como as financeiras.
É no contexto de um mundo
dessa natureza, que se destaca o pensamento de Milton Santos, enquanto crítico
do atual modelo de globalização. Apesar do elevado avanço do capitalismo e da
globalização atual, o geógrafo acredita que esse estágio ainda pode ser revertido.
Sua preocupação fundamental pode-se dizer que consiste em trazer o homem para o
centro das atenções, para que se ouça sua voz, se veja suas necessidades e se
dê destaque à sua humanidade, seus valores, sua cultura.
Milton Santos acredita que a
evolução da humanidade se dá por etapa. Assim, ele propõe uma nova forma de
globalização que se configuraria por ser uma nova etapa, um novo capítulo na
história da evolução humana. Entretanto, essa construção de uma nova etapa,
diga-se: uma nova globalização, não seria algo tão fácil. Como ele bem refere: “A gestação do novo, na história, dá-se,
frequentemente, de modo quase imperceptível para os contemporâneos, já que suas
sementes começam a se impor quando ainda o velho é quantitativamente
dominante”. [5] O
velho que predomina ao qual Milton Santos se refere é, entenda-se, a atual fase
da globalização.
Para
o geógrafo, a atual globalização caracteriza-se por ser uma globalização
perversa, sobretudo pelo fato de que ela “não se verifica de forma homogênea”.
Ele entende que “a globalização agrava a heterogeneidade, dando-lhe mesmo um
caráter ainda mais estrutural”, [6]
pois é cega às realidades locais. É exatamente nessa cegueira que está o seu
maior defeito.
Alem
das reflexões de Milton Santos, procuramos também, como forma de enriquecimento
do debate, trazer as contribuições de outros dois grandes nomes que discutem os
problemas do mundo moderno globalizado: o economista Joseph E. Stiglitz e o
economista e filósofo indiano Amartya Sen. Destes autores procuramos trazer
apenas algumas ideias que julgamos relevante a construção deste trabalho, sem,
no entanto, fazermos um maior aprofundamento a cerca de suas ideias.
REFERÊNCIAS
SEN, Amartya. Sobre
Ética e Economia. Tradução de Laura Teixeira Mota. São Paulo: Companhia das
letras, 1999.
SANTOS,
Milton. Por uma
outra globalização: do
pensamento único à consciência universal. 18 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009
[1] SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à
consciência universal. 18 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 18.
[2] “De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se
impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se
crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O
salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os
continentes. Novas enfermidades como a SIDA se instalam e velhas doenças,
supostamente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil
permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de
qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se males
espirituais e morais, como os egoísmos, os cinismos, a corrupção”. (Idem, p.
19-20).
[3] Ibidem, p. 19.
[4] SEN, Amartya. Sobre Ética e
Economia. Tradução de Laura Teixeira Mota. São Paulo: Companhia das letras,
1999. p. 94.
[5] SANTOS, op. cit., p. 141.
[6] Idem, p. 142.